A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome disse hoje que os alimentos impróprios para consumo recolhidos no âmbito de uma campanha contra o desperdício alimentar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) serão encaminhados para compostagem.
“Ainda não temos resultados. Ontem [domingo] à tarde recolhemos os primeiros, mas ainda é necessário triar e ver aquilo que pode ser consumido e aquilo que tem de ser encaminhado para compostagem”, disse à agência Lusa Isabel Jonet.
A SIC noticiou que alimentos embalados, como latas de atum, pacotes de leite, barritas energéticas, salsichas e ‘bagels’, passaram o dia de domingo no Parque Tejo ao calor, à espera de serem recolhidos, correndo o risco ficarem estragados e impróprios para consumo.
“Não se pode dizer com essa ligeireza e sem conhecimento qualificado para o fazer que os produtos estão ou não estão em bom estado, até porque estamos a falar de produtos embalados e de produtos que, muitas vezes, estão preparados para todo este tipo de situações”, salientou.
De acordo com Isabel Jonet, o Banco Alimentar Contra a Fome não pôde intervir mais cedo, porque não podia aceder ao Parque Tejo, enquanto houvesse peregrinos.
“Estamos a falar de uma operação de logística complexa, que envolve empilhadores, que envolve pessoal, muitos voluntários, e que não podia ser feita enquanto houvesse peregrinos no recinto”, esclareceu.
A responsável atentou ainda que os alimentos foram colocados nas caixas de recolha de comida da campanha contra o desperdício alimentar.
“Agora têm de ser todos verificados, porque temos uma empresa que faz o controlo sanitário e sabemos que ontem estava um dia quente e, portanto, haverá alguns desses produtos que não vão ser distribuídos, porque não podemos se calhar assegurar as suas condições e nesse caso vão ser encaminhados para compostagem”, referiu.
Isabel Jonet acrescentou que a seguir ao encontro dos voluntários com o Papa Francisco no Passeio Marítimo de Algés, no domingo à tarde, foram entregues fruta e batatas fritas.
O Banco Alimentar Contra a Fome tem ainda uma equipa no Parque Tejo – em Lisboa e Loures – a recolher e a fazer a triagem de alimentos.
Antes do início do evento, a JMJ e o Banco Alimentar Contra a Fome apelaram aos peregrinos para colocarem os alimentos que não consumissem, desde que embalados, em caixas criadas para o efeito, para serem distribuídos por quem necessita.
A JMJ, o maior evento da Igreja Católica, realizou-se pela primeira vez em Portugal entre terça-feira e domingo, juntando um milhão e meio de peregrinos no Parque Tejo no sábado e no domingo.
Esta foi a quarta JMJ presidida por Francisco. A primeira, em 2013, foi no Rio de Janeiro (Brasil), no ano que foi eleito Papa. Seguiu-se Cracóvia (Polónia), em 2016, e Cidade do Panamá (Panamá), em 2019.
A próxima JMJ está marcada para a Coreia do Sul em 2027.