O incêndio que deflagrou domingo na Samardã, Vila Real, mantinha cerca das 00:00 de hoje três frentes ativas, que ardiam com “menor intensidade” e as aldeias que apresentaram mais preocupação estavam fora de perigo, segundo a Proteção Civil.
“Tendo em conta o empenhamento dos meios ao longo do dia, conjugando agora com a melhoria das condições meteorológicas, as três frentes estão a arder com menor intensidade. Temos também, felizmente, já a maioria das populações, que apresentaram alguma preocupação à organização do incêndio, fora de perigo” afirmou o comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Vila Real, Miguel Fonseca.
Num ponto de situação feito pelas 00:00, no posto de comando instalado perto da aldeia de Benagouro, o responsável disse que isso “permite focar no combate direto a estas três frentes que estão ativas”.
“Neste momento não temos nenhuma população exposta diretamente ao fogo, mas a frente mais preocupante é junto à aldeia de Paredes, porque efetivamente tem uma distância muito grande até à cumeada e com muita dificuldade de acessos”, salientou Miguel Fonseca.
Segundo o responsável, estão a ser colocados meios, os quais foram reforçados.
“Para que, com meios mais frescos, possamos debelar esta frente que mais nos preocupa neste momento”, frisou, salientando que o perímetro do incêndio “é muito grande” e que já há áreas em consolidação e, inclusive, algumas delas já em fase de rescaldo.
Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção (ANEPC), para o local estavam mobilizados, pelas 00:30, 454 operacionais e 131 viaturas.
Miguel Fonseca disse ainda que não há registo de danos em casas de primeira habitação, havendo conhecimento de alguns arrumos ou armazéns agrícolas atingidos.
Questionado sobre as maiores dificuldades sentidas no combate a este fogo, o CODIS apontou a progressão do incêndio junto a habitações, explicando que o planeamento passou por priorizar a proteção das pessoas e bens.
“São momentos difíceis para a gestão da operação. Fizemos um esforço para que, paralelamente a essas operações de proteção das pessoas e bens não fragilizássemos também o combate nas frentes de incêndio, na área mais florestal”, afirmou, referindo que foram “várias as populações que estiveram em risco”.
Em declarações à Lusa, pelas 22:00, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse que o incêndio já queimou uma área de cerca de 3.000 hectares de mato, pinhal e folhosas.
Segundo Rui Santos, este “incêndio começou logo pela manhã [07:00], com quatro pontos de ignição, teve uma frente inicial de cerca de três quilómetros, uma progressão muito, muito rápida”.
O vento forte que se fez sentir no local durante o dia, bem como o combustível seco facilitaram a propagação das chamas.
As vias rodoviárias que estiveram cortadas ao trânsito devido ao fogo, como a Autoestrada 24 (A24) e as estradas nacionais 2 e 15, já reabriram.
Durante o dia, um outro incêndio causou também preocupações no distrito de Vila Real, designadamente em Rojão do Meio, concelho de Mesão Frio, onde permaneciam nesta noite no combate às chamas 57 operacionais e 14 viaturas.