Reconverter um eucaliptal em floresta autóctone, no concelho de Vimioso, é um dos maiores objetivos do novo projeto da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino.
Este restauro ecológico está a ser feito no âmbito do mais recente projeto da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA): o Hotspot de Biodiversidade. “Pretendemos apoiar a regeneração natural das espécies autóctones”, assegurou a bióloga da associação, Sara Pinto.
O projeto da AEPGA, que surgiu de uma candidatura ao Fundo Ambiental, do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, surge da necessidade de salvaguardar uma área natural inserida num Sítio de Importância Comunitária, da Rede Natura 2000, nos concelhos de Vimioso e Mogadouro, no sítio dos rios Sabor e Maçãs, que se carateriza, essencialmente, por incluir os vales encaixados destes dois rios e do Angueira.
Além do abate de eucaliptos há outras duas vertentes que a AEPGA está a trabalhar através do projeto. Como o local integra a rede para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia, a conservação de habitats prioritários nesta área é outro dos eixos a explorar e o primeiro passo da associação, que já está dado, foi ir para o terrenos a mapeá-los. “Um habitat que é bastante expressivo nesta zona é dos bosques de zimbros e sobreiros”, disse a bióloga. A conservação destes habitats, quatro estão identificados como prioritários, também se deve ao facto deste Sítio de Importância Comunitária enfrentar várias ameaças, entre elas a destruição de vegetação, florestação com espécies desadequadas, realização de queimadas, ordenamentos piscícola insuficiente e cinegético desadequado, abandono e alteração de práticas agro-pastoris e corte ilegal de bosques.
A terceira vertente do projeto passa pela educação ambiental, dirigida aos agricultores e à comunidade escolar. Assim, há um técnico, especializado em botânica, com experiência em acompanhar projetos agrícolas, no sentido de os tornar mais amigos do ambiente. O projeto tem como parceira a PALOMBAR – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural.