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– 12-07-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Tondela: Produtores desiludidos com venda de adega cooperativaTondela, Viseu, 11 Jul A adega cooperativa de Tondela, que tem cerca de 800 associados, foi hoje vendida em leil�o por 1,61 milhões de euros � Betomil, uma empresa de Vila Franca de Xira de compra e venda de propriedades. Segundo o empres�rio Miranda Alves, que hoje esteve no leil�o, a Betomil não tenciona construir pr�dios no local da adega. Miranda Alves colocou duas possibilidades: ou vender a adega aos produtores ou cobrar-lhes uma renda mensal para continuarem a produzir vinho. "Os s�cios não t�m dinheiro, como � que a v�o comprar?", questionava Jos� Ferreira, de V�rzea de Lob�o da Beira, no final do leil�o, em declarações � Agência Lusa. Segundo Jos� Ferreira, a possibilidade da compra chegou a ser colocada durante reuni�es de associados, mas os que tinham dinheiro "não quiseram avan�ar" e os restantes, que constitu�am a maioria, não tinham possibilidades. "A maior parte dos s�cios são pobres, porque são pequenos produtores, que durante cinco anos estiveram para aqui a esgotar o seu suor sem receber um tost�o", lamentou. A possibilidade de a adega poder vir a ser arrendada deixa algumas esperan�as aos produtores que, no entanto, lembram que faltam poucos meses para a vindima. "� boa ideia ele (Miranda Alves) dialogar com os s�cios, mas não pode demorar", disse Arlindo Gon�alves, da Ribeira de Campo de Besteiros. Reunidos em grupo, os produtores equacionavam o que fazer na pr�xima vindima. "Podemos levar as uvas ao Samarreiro, � o único que paga, ainda que seja uma mis�ria", defendia Jos� Ferreira, referindo-se ao empres�rio Alfredo Rodrigues Cruz "Ou ent�o deix�-las nas videiras, porque para quem tem de pagar o transporte não compensa", argumentava Arlindo Gon�alves. Alfredo Rodrigues Cruz, armazenista de vinho sedeado em Lageosa do D�o (Tondela), chegou a apresentar � leiloeira uma proposta de 1,601 milhões de euros, mas hoje, no leil�o, não fez qualquer oferta. � para a Lageosa do D�o que Ant�nio Dinis, de Santa Ovaia de Baixo, tem levado as suas uvas nos �ltimos "cinco ou seis anos", desde que deixou de ser s�cio e funcion�rio da adega, onde trabalhou tr�s d�cadas. Na opini�o de Ant�nio Diniz e de Arlindo Gon�alves, o ideal seria a C�mara ter ficado a tomar conta da adega para que os produtores não fossem explorados. Ant�nio Dinis contou � Lusa que, no primeiro ano em que levou as uvas para Lageosa do D�o, estas foram pagas a 60 escudos o quilo, para vinho de 12 graus, um valor depois reduzido para metade. "Eu tenho transporte e tinas minhas e estou perto da Lageosa, mas quem tiver que pagar tudo não lhe adianta levar l� os cachos", sublinhou. O presidente da C�mara de Tondela, Carlos Marta, disse desconhecer a empresa que comprou a adega, mas frisou que "o que interessa � que o espaço continue a ser dedicado � viticultura". O autarca voltou a avisar hoje, no in�cio do leil�o, que não permitirá a constru��o naquele local, contando ter recebido nos zltimos dias v�rios contactos de imobili�rias. O administrador da insolv�ncia, Rui Silva, afirmou � Lusa ter ficado satisfeito com o neg�cio, porque a adega j� estava � venda h� muito tempo. "A unidade foi vendida no seu conjunto para que não fosse desmantelada, para que a probabilidade de se manter no sector seja maior", justificou. Criada h� 57 anos, a adega de Tondela foi a primeira da regi�o do D�o a abrir fal�ncia.
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