Investigadores da Universidade de Nottingham farão parte de um projeto que realizará os primeiros ensaios de campo com variedades de trigo e de cevada que foram geneticamente editadas para serem mais produtivas, saudáveis e sustentáveis.
Em Inglaterra, investigadores da Universidade de Nottingham integram um projeto que recebeu 2,2 milhões de libras (equivalente a 2,5 milhões de euros) para testar uma variedade de trigo melhorada com técnicas de edição genética que permitiria criar sistemas agrícolas mais sustentáveis.
Stacia Stetkiewicz lidera a equipa que vai avaliar o uso e o potencial das culturas melhoradas com técnicas de edição genética para a alimentação e agricultura no Reino Unido. Os cientistas vão trabalhar com a comunidade agrícola para identificarem as barreiras que impedem a sua adoção e abrir caminho para a sua implementação.
Uma das tecnologias utilizadas pelos investigadores é o sistema CRISPR, já amplamente usado em alguns países, que permite realizar alterações no DNA das plantas, como as que ocorrem na natureza, mas neste caso são alterações introduzidas de forma precisa e direcionada. As tecnologias de edição genética aceleram o processo de obtenção de variedades de plantas mais produtivas, nutritivas e sustentáveis.
O projeto abrange três variedades de cereais:
.Trigo com propriedade superiores de panificação, torrefação e processamento, reduzindo a formação de acrilamida (um potencial cancerígeno) após a panificação;
. Cevada que produz uma forragem com alto teor de lípidos e alto teor energético que permite reduzir as emissões de metano do gado;
. Trigo com tamanho de grão maior e mais grosso que resultará no aumento da produtividade.
Tom Allen-Stevens, agricultor de Oxfordshire, acredita que este “é um projeto incrivelmente importante para a agricultura e produção de alimentos em Inglaterra. Precisamos de produzir mais alimentos nutritivos com menos recursos e com menor impacto ambiental. Os cientistas têm desenvolvido novas variedades de culturas que podem ajudar-nos a enfrentar esse desafio. Este projeto levará essas novas variedades desenvolvidas em laboratório para os campos dos agricultores, onde poderemos avaliar o seu potencial, explorar as barreiras para a sua adoção e abrir caminho para futuras inovações”.
Mais informações no site da Universidade de Nottingham.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.