Precisamos de agregar as Florestas à Agricultura e de reforçar a tutela da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária na esfera do Ministério da Agricultura.
A repetição da votação no círculo da Europa causa um atraso significativo na instalação do novo Parlamento e na tomada de posse do novo Governo. Não importa escrutinar motivos ou responsáveis por esta situação. Importa, sim, defender a ideia de que este hiato temporal pode significar uma oportunidade de ouro para António Costa refletir com profundidade, densidade e sem pressão, sobre a orgânica e composição do futuro executivo.
Esse Governo vai ter um horizonte longo de quase cinco anos, uma vez que as próximas eleições legislativas apenas deverão ter lugar em outubro de 2026. O primeiro-ministro anunciou que governar em maioria absoluta não poderá nunca significar governar com poder absoluto, mas oferece, pelo menos em teoria, perspetivas de estabilidade acrescidas. Com a maioria dos deputados no Parlamento, o Governo estará menos vulnerável a pressões e imposições negociais e está, à partida, blindado contra moções de censura, ou chumbos do Orçamento (foi, aliás, a reprovação do Orçamento de Estado que precipitou as eleições antecipadas).
Sim, este período sem Parlamento e sem Governo causa constrangimentos sociais e económicos, há decisões que ficam em suspenso e projetos que precisam de fôlego político para avançar. Mas um mês bem aproveitado pelo primeiro-ministro para preparar com profundidade e com estratégia a orgânica e a estrutura da futura administração, pode fazer, realmente, toda a diferença.
Foco-me na área da Agricultura e Florestas, setor que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) representa e que, globalmente considerado, é dos mais relevantes da economia portuguesa. Em 2021, atingiu um VAB de cerca de 12 mil milhões de euros, com as […]
Eduardo Oliveira e Sousa
Presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal
CAP: Duodécimos não deverão atrasar (ainda mais) financiamento à agricultura