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– 29-12-2009 |
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Mau tempo: Estufas destru�das deixam agricultores em preju�zo e sem saber o que fazer
Uma semana depois do forte temporal que devastou o concelho de Torres Vedras, os agricultores do Oeste choram impotentes a destrui��o das estufas e fazem contas aos milhões de euros de preju�zo que este ano ganharam no Natal. O cen�rio � desolador: hectares de estufas de tomate e alfaces completamente arrasadas, as estruturas arrancadas do ch�o, vigas de a�o dobradas e retorcidas, um emaranhado de ferros, fios e pl�sticos espalhados pelo ch�o, que continuam a estrepitar violentamente sob o forte vento que ainda assola a regi�o. Na zona de Palhagueiras, dois irm�os montaram uma estufa h� apenas cinco meses usando os melhores materiais dispon�veis no mercado e recorrendo aos meios mais modernos de tratamento de agricultura, para obterem o certificado de qualidade e poderem exportar. não chegaram sequer a recolher os 280 mil p�s de alfaces plantados nos cinco hectares de estufa. O mau tempo antecipou-se e ceifou todo o trabalho ali aplicado. "Fizemos um investimento de topo, para ter tudo, para uma m�xima rentabilidade. Constru�mos estradas de alcatr�o por dentro das estufas, para as motorizadas el�ctricas se deslocarem, sem terem que andar tractores a mandar combust�vel para cima dos produtos alimentares", lamenta Victor Gon�alves, m�os nos bolsos e o olhar pousado em cima dos destro�os. "Foi uma grande prenda de Natal", ironiza, fazendo contas aos 1,5 milhões de euros investidos no projecto todo, 50 mil s� em bet�o para as estradas. "J� chorei muito, mas dou gra�as a Deus por ter sido �s quatro da manh� e não durante o dia. S� penso se houvesse a� pessoal a trabalhar, o que lhes poderia ter acontecido, a responsabilidade que seria para mim. Seria um terror ainda maior". Naquela noite de 22 para 23 de Dezembro s� a cadela dos donos pernoitou, como sempre acontecia, na estufa. "Na manh� seguinte, quando aqui cheg�mos estava aterrorizada, tremia toda e trepava por mim acima. Tudo destru�do, um ferro foi projectado com tal for�a que trespassou uma serra el�ctrica, o port�o da estufa voou e foi parar ao meio do eucaliptal", recorda. Quanto ao futuro, nada sabe para além do que ouviu ser anunciado: 50 por cento de apoios a fundo perdido. O problema, diz, � que esse deve ser o custo s� de limpar tudo o que foi destru�do. Falta mandar levantar tudo de novo e recuperar o dinheiro j� investido inicialmente na constru��o da estufa e nos produtos hort�colas que ficaram dizimados. Raul Santos, outro pequeno agricultor da zona, observa ainda incr�dulo a sua estufa e logo ao lado a do pai, que ficou em pior estado. "Todos os dias venho aqui e ainda me custa acreditar que isto aconteceu. Quem poderia adivinhar que alguma vez o vento poderia fazer um estrago destes?". A estufa do pai, mais antiga, ficou desfeita e os 75 mil p�s de alface plantados completamente estragados. "A destrui��o � total, não consigo aproveitar um ferro direito. estáo aqui 150 mil euros de preju�zo s� na estrutura, fora o resto", diz Raul Santos. A sua estufa, com um hectare de dimensão, não ficou t�o m�. Constru�da em Abril, tinha materiais mais resistentes e aguentou metade de p�. Cultivo não tinha no momento, mas preparava-se para receber os 22.500 p�s de tomate que Raul Santos j� tinha comprado. No Natal receberam a destrui��o e o preju�zo, para o novo ano desejam a reconstru��o e recupera��o de tudo o que perderam. Mas as perspectivas não se afiguram animadoras: sem seguro, sem apoios, com d�vidas e muito trabalho para fazer. O futuro � agora uma grande inc�gnita para estes agricultores, que olham para ele da mesma forma que observam as suas estufas: os bra�os ca�dos e o desespero plasmado no rosto. Fonte: Lusa
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