O plano prevê investimentos de 993 milhões de euros, com o objetivo de otimizar os nossos recursos, melhorar a eficiência e adaptar o território.
“Temos mesmo de apostar e de investir fortemente na eficiência energética na boa utilização dos recursos hídricos para poder assegurar que há agricultura, que temos alimentação e, portanto, podemos sobreviver neste planeta”, afirmou o Primeiro Ministro António Costa.
A apresentação, inserida no programa do Governo Mais Próximo, decorreu na Estação Elevatória dos Álamos, uma das maiores da Europa e um dos projetos mais transformadores da economia, do ambiente e da agricultura do Alentejo das últimas décadas.
Menos água, mais incertezas
A diminuição em cerca de 20% das disponibilidades hídricas nos últimos trinta anos e o aumento da temperatura do ar, fazem da gestão dos recursos hídricos uma prioridade.
É neste enquadramento que surge o Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, promovido entre a área governativa do ambiente e ação climática, da agricultura e do turismo e que envolveu, também, as principais entidades competentes e stakeholders da região do Alentejo, numa abrangência geográfica focada nas bacias hidrográficas do Guadiana, Sado e Mira.
70 medidas
Para a resolução do problema foram aportadas pelas diferentes entidades e stakeholders mais de 70 medidas que podem ser realizadas a curto e médio prazo, sendo que 12 referem-se a medidas de gestão dos recursos hídricos, 12 para o setor urbano, 41 medidas para o setor agrícola, 2 para os setores da indústria e 6 para o turismo .
Cerca de 30% das medidas visam aumentar a eficiência, 45% visam a adaptação, 17% medidas ambientais e 8% a articulação (incluindo divulgação de boas práticas).
O investimento total somado por todas as medidas é de 993 milhões de euros, sendo que cerca de 79% correspondem ao setor agrícola, 18% ao setor urbano e 3% para os restantes.
De acordo com o plano, estima-se que seja possível reduzir os consumos de água no setor urbano e turístico em cerca de 10% (17 hm3) e nos aproveitamentos hidroagrícolas coletivos na ordem dos 12 % (29 hm3).
Medidas em destaque a curto prazo
- Construção de reservatórios artificiais intermédios e modernização e reabilitação da rede de distribuição do AH do Mira;
- Avaliação da área beneficiada de alguns Aproveitamentos Hidroagrícolas, designadamente a redelimitação dos AH de Lucefecit, Roxo e Campilhas e Alto Sado;
- Construção da rede de transporte e distribuição de água para a rega do AH do Xévora;
- Redução das perdas de água na rede primária e na rede secundária do AH de Odivelas;
- Intervenções para promover a eficiência hídrica do AH do Caia;
- Modernização das redes de rega dos blocos gravíticos do AH do Roxo e reabilitação do Canal Condutor Geral do Roxo/1.º Troço;
- Aproveitamento do potencial de produção de energia hidroelétrica na barragem do Roxo;
- No âmbito do EFMA- investimentos nos circuitos hidráulicos de Reguengos, Messejana e Monte da Rocha, e Vidigueira.
Medidas em destaque a médio prazo
- Estudos para o aumento da capacidade de armazenamento de água e de regularização interanual;
- O Aumento da capacidade útil de armazenamento no EFMA e em AH Confinantes;
- E a Avaliação da criação de armazenamento nos afluentes do Baixo Guadiana.
- Promover o uso eficiente da água pelos utilizadores, incentivando a eficiência no lado da procura, e o uso integrado de diversas origens de água, assegurando uma gestão otimizada da oferta.