Dezenas de abelhas foram encontradas mortas na horta comunitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Horta FCUL), nas últimas semanas. Ainda não há certezas absolutas sobre a causa da morte, mas a análise preliminar aos animais mortos permitiu perceber que tinham sido contaminadas com pesticidas que não podem ser usados na Europa ou que, pelo menos, deviam obedecer a regras estritas de utilização. A GNR confirmou ao Observador que recebeu uma denúncia da situação e está a investigar o caso.
“A Guarda Nacional Republicana recebeu uma denúncia, no dia 17 de julho, relacionada com o uso de pesticidas que não estão homologados na União Europeia”, respondeu, por email, o tenente-coronel Hélder Barros, porta-voz da GNR.
Em junho, uma das voluntárias da Horta FCUL começou a encontrar várias abelhas mortas no terreno. Chegaram a ser mais de 20 num único dia, disse um dos voluntários ao Observador. Foi a grande quantidade de animais mortos, o facto de não serem de uma única espécie e de ter acontecido em vários dias, que deu o alerta. Depois disso, outros colaboradores encontraram mais abelhas mortas na horta e noutros pontos da faculdade e arredores, como junto ao Hipódromo do Campo Grande.
Os voluntários na horta não conseguem saber se este é um incidente pontual ou se é um problema antigo que se tornou mais evidente agora que têm mais insetos polinizadores a visitar a horta. A equipa não usa pesticidas naquele terreno e tem tentado que os jardineiros da FCUL também não o façam. Não é possível garantir que não aconteça, mas é pouco provável que seja usado qualquer um dos químicos encontrados nos animais mortos, assegurou um dos colaboradores.
Excluindo a horta como fonte de contaminação e considerando que é pouco provável que essa fonte esteja no espaço da FCUL, os voluntários começam a olhar para a zona envolvente da Cidade Universitária à procura de um responsável. Sabe-se que as abelhas podem viajar cerca de um quilómetro à procura de pólen, mas, para isso, têm de ir encontrando flores sobre as quais se alimentar, água e abrigo.