A tradição já não é o que era e a produção de cuscos, símbolo da gastronomia transmontana, é cada vez menor. Em Paçó, aldeia perto de Vinhais, Maria de Lurdes Diegues perpetua esta arte ancestral e o seu produto chega até às cozinhas dos grandes chefs. “Da Terra à Mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante
É na aldeia de Paçó, Vinhais, que Maria de Lurdes Diegues, 69 anos, se dedica à arte da confeção dos cuscos transmontanos. “Aprendi com a minha mãe. Antigamente só se fazia para consumo da casa, mas agora até os chefs gostam. Já vendi para o Cordeiro, para a Justa Nobre”, conta a mentora da empresa Sabores D’Outrora.
Feitos com farinha de trigo barbela ou trigo rijo – “trabalhamos mais com o rijo porque o barbela não se semeia tanto” –, os cuscos são, segundo a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), “grãos aglomerados de farinha, cozidos a vapor com o auxílio de um recipiente próprio (a cuscuzeira), e secos ao ar ou ao sol, para poderem ser conservados durante vários meses”. Mas o processo é demorado e, por isso, “já não se vê muita gente a fazer”, confessa Maria de Lurdes. De acordo com a DGADR, “para a confeção dos […]