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– 08-03-2010 |
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COMUNICADOBatata transg�nica: �J� � tempo de abandonar o cruzadismo elitista e falso�A aprova��o da batata Amflora reavivou a �f�ria anti-transgúnicos� de uma minoria que continua a tentar assustar as popula��es com falsidades e asneiras, segundo Pedro Fevereiro, presidente da direc��o do CiB � Centro de Informação de Biotecnologia e investigador de biotecnologia vegetal. A tecnologia que está por detr�s destes produtos tem demonstrado, ao longo de mais de 15 anos de utiliza��o, que � t�o segura como as restantes t�cnicas de melhoramento de plantas, produzindo variedades vegetais cujos produtos, até ao momento, não causaram qualquer incidente de Saúde pública humana ou animal. A Comissão Europeia decidiu, em 2 de Março de 2010, autorizar a coloca��o no mercado de um tipo de batata geneticamente modificada denominada Amflora. A finalidade da modifica��o gen�tica introduzida � a obten��o de um amido que depois de processado não gelifica, podendo ser utilizado na produ��o de papel e de colas. Ap�s processamento, os subprodutos desta batata poder�o ser utilizados para ra��es para gado. As variedades vegetais melhoradas com recurso � tecnologia do DNA recombinante ocuparam no ano de 2009 cerca de 10% do solo ar�vel mundial (134 milhões de hectares) em 25 países, crescendo a sua utiliza��o ao ritmo de cerca de 10% ao ano. Calcula-se que 100 milhões de refei��es tenham sido produzidas com produtos provenientes destas variedades vegetais e em Portugal a grande maioria das ra��es para galinhas, porcos e vacas cont�m farinhas de variedades OGM de milho e soja. Como não � poss�vel provar a toxicidade ou a alergenicidade dos produtos desta tecnologia, porque não são de facto nocivos, os movimentos anti-transgúnicos dizem agora, na sequ�ncia da aprova��o desta batata transg�nica que pode aumentar a resist�ncia aos antibi�ticos. Que por isso pode aumentar a incid�ncia da tuberculose. � um facto que, para se seleccionar esta a batata transg�nica foi utilizado um gene que codifica uma prote�na que degrada um antibi�tico denominado Canamicina. Mas vejamos se tem algum sentido dizer que esta estratégia vai aumentar a resist�ncia � Canamicina em bact�rias patog�nicas. Assim: 1) a batata agora aprovada não � para alimenta��o humana; 2) se fosse, não seria consumida crua e a sua confec��o degradaria o DNA nela contido; 3) e fosse consumida crua, os processos digestivos degradariam a sequ�ncia de DNA que codifica a prote�na que confere a resist�ncia ao antibi�tico (como de resto faz a todo o DNA que todos os dias consumimos); 4) se por ventura algum DNA contendo a sequ�ncia intacta do gene conseguisse chegar ao nosso intestino, a probabilidade de ser incorporado por alguma bact�ria do nosso trato intestinal seria �nfima; 5) se fosse incorporado em alguma bact�ria seria muito provavelmente degrado pelo sistema bacteriano que previne a incorpora��o de DNA estranho no seu genoma; 6) se mesmo assim conseguisse ser integrado no genoma bacteriano, o gene dificilmente seria lido pelo metabolismo bacteriano, j� que a sua leitura s� se pode fazer em plantas; 7) � ainda preciso ter em conta que cerca de 50% das bact�rias t�m j� marcas de resist�ncia � Canamicina; 8) finalmente a Canamicina � raramente utilizada porque tem efeitos secund�rios complicados. � verdade que � considerada como antibi�tico de segunda linha no tratamento da tuberculose, mas � Também verdade que existem estirpes de bacilos da tuberculose resistentes � Canamicina. não t�m portanto qualquer sentido as posi��es públicas tomadas por activistas pouco s�rios quando referem que esta batata transg�nica � um risco para a Saúde humana. não existe Também qualquer sentido em falar no perigo da dispersão do p�len e numa hipot�tica perda de biodiversidade, visto o p�len da batata não se dispersar, e visto a colheita ser, em geral, feita antes da flora��o. Por estes motivos a aprova��o pela Comissão Europeia não cria nenhum risco acrescido nem para as popula��es, nem para o ambiente. De resto, � uma aprova��o baseada em pareceres cient�ficos, nomeadamente os emitidos, pela Autoridade Europeia de Seguran�a Alimentar (EFSA) que reiteram a segurança desta variedade de batata e da constru��o gen�tica nela inserida. Segundo Pedro Fevereiro, �j� � tempo de abandonar o �cruzadismo� elitista e falso, que a coberto de argumentos supostamente ambientalistas, condiciona a adop��o e utiliza��o de uma tecnologia que, a par de outras, concorre para acelerar a obten��o de melhores variedades de plantas, capazes de produzir mais e melhor, num mundo em aumento demogr�fico e em constante altera��o clim�tica.� 8 Março 2010
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