Muito há a dizer sobre estas matérias, que suscitariam uma panóplia diversificada de debates, já que não existe uma decisão única, correta e concertada! Na natureza não é possível encontrar apenas uma solução válida, por existir uma imensa diversidade de fatores, tornando fundamental a ponderação técnica e o equilíbrio entre aspetos sociais, ambientais e económicos, conduzindo a mais do que uma opção correta em função dos objetivos subjacentes e da tomada de decisão.
Dito isto, o nosso país, desde sempre, encerra alguns constrangimentos pela fragmentação da propriedade, característica de algumas regiões, por grande parte da titularidade ser detida, de forma dispersa, por privados, por existir um mercado de produtos florestais restritos a meia dúzia de fileiras principais, que condicionam as espécies para instalação/manutenção e os modelos de gestão florestal praticados. Conduzindo, assim, a um ordenamento do território focado no escoamento dos produtos para as principais indústrias, não atendendo muitas vezes às especificidades de cada região, e ainda menos aos ecossistemas e habitats que ocorreriam se a natureza seguisse o seu percurso de sucessão ecológica (climax natural).
Acredito que a perspetiva está a mudar, não por uma mudança no setor e cultura florestal, mas por uma alteração de paradigma associado à pressão mundial dos efeitos das alterações climáticas, das finanças sustentáveis (SFDR-Sustainable Finance Disclosure Regulation), da COP26 e subsequente e da COP15 com o acordo da biodiversidade. Estes pontos encerram uma oportunidade única, no sentido da gestão florestal não […]