A Casa Ferreirinha apresentou, na quarta-feira, o Barca Velha 2004, um vinho tinto que � o 17.� de uma colec��o iniciada h� 60 anos por Fernando Nicolau de Almeida e que vai para mercado em Setembro, a 100 euros.
Foram produzidas 26.068 garrafas deste novo Barca Velha, que para muitos � o mais m�tico dos vinhos portugueses e que para e empresa propriet�ria da Ferreirinha, a Sogrape, simboliza “a mais alta qualidade dos vinhos do Douro”.
A comercializa��o come�ar� através do Clube Reserva 1500 da Sogrape, apenas para os “s�cios”, real�ou a empresa.
A nota t�cnica informa, nomeadamente, que este vinho possui 13,5 por cento de �lcool e “tem uma intensa cor rubi e um aroma de grande harmonia e complexidade, com forte presença de frutos vermelhos bem maduros, ‘nuances’ florais de alfazema e violeta, e uma excelente componente de especiarias”.
Para Lu�s Sottomayor, o en�logo, � apenas “o vinho”, o melhor entre todos os da sua classe.
Sottomayor lembra-se bem da primeira vez que bebeu Barca Velha: “Foi o de 1978, em 1989”, na Casa Ferreira, em Gaia, aonde j� ent�o trabalhava, e a impressão que lhe causou “foi muito forte”, segundo contou � Agência Lusa.
Lu�s Sottomayor era “um jovem en�logo”, com 26 anos, e refor�a que esse vinho “excedeu” as suas expectativas. “J� tinha provado muitos e bons vinhos, mas nunca um com aquela estrutura e com aquela complexidade”, completou. Um dos aspectos que mais o surpreendeu foi “a consist�ncia de qualidade” que o vinho lhe transmitiu logo na altura.
Desde ent�o, o en�logo tem a suas impress�es digitais inscritas nos cinco �ltimos Barca Velha: 1991, 1995, 1999, 2000 e agora este, feito com uvas da Quinta da Leda, em Vila Nova de Foz C�a.
“O ano de 2004 foi um ano de excepcional qualidade” e, por isso, na vindima, “poucas d�vidas houve” de que tinha nascido mais um Barca Velha, recordou Lu�s Sottomayor.
“� um vinho preparado para evoluir por muito tempo em garrafa, com grande estrutura, robusto e com muita personalidade e car�cter. � isso que o define, � o que n�s procuramos manter e fazer, � s� isso, não nos preocupa fazer um vinho que seja melhor que os outros”, explicou.
“Na Ferreira não existe a preocupa��o de saber se o vinho se distingue ou não dos outros da sua categoria, porque o Barca Velha tem um filosofia, uma personalidade e um car�cter” pr�prios, que a empresa afirma procurar “manter”.
Lu�s Sottomayor defendeu que � a soma desses atributos que faz este vinho “ser diferente”, mantendo, todavia, a filosofia que foi idealizada h� 60 anos” pelo seu criador.
As castas utilizadas são quatro, mas h� duas que são “essenciais”: a Touriga Nacional e a Touriga Franca.
A primeira garante “eleg�ncia e complexidade arom�tica” e a outra casta predominante oferece “estrutura e robustez”.
As outras castas presentes neste Barca Velha são a Tinta Roriz e Tinto C�o e servem para dar o “sal e a pimenta”.
Questionado sobre o pre�o, 100 euros por garrafa, Lu�s Sottomayor respondeu: “não acho que seja um vinho excessivamente caro, embora não esteja ao alcance de toda a gente. � um vinho que det�m um empate de capital muito grande” e demorou oito anos, desde a sua colheita, até ficar “beb�vel” e atingir a sua “idade adulta”.
Fonte: Lusa