As vindimas em Felgueiras tiveram uma quebra de cerca de 4% face ao ano passado, mas a produção será suficiente para satisfazer a procura, segundo a cooperativa local, uma das maiores na região dos vinhos verdes.
“Foi uma campanha de muita pressão, devido à doença [míldio]. Os produtores tiveram muita dificuldade para garantir a sanidade desejável da uva”, afirmou Rui Pinto, da direção da instituição, falando também de um inverno muito chuvoso.
O dirigente admitiu que, por isso, se receava que a uva deste “não chegasse tão bonita”, mas “chegou perfeita”.
“Creio que vai permitir fazer bons vinhos”, previu.
Desde o princípio de setembro, a instituição recebeu centenas de tratores agrícolas, de vários concelhos da região norte, com uvas de pequenos e médios produtores.
Nas vindimas deste ano, que terminaram no sábado, deram entrada 7,8 milhões de quilos de uvas, uma quebra em relação a 2022, mas em linha com o resto da região, nomeadamente no Vale do Lima.
A quantidade de uva satisfaz as necessidades da instituição, face às vendas que estão previstas para este ano, tendo também em conta as capacidades de armazenamento, estimadas em cerca de 11 milhões de litros.
Com uma faturação de mais de 10 milhões de euros anuais, Felgueiras, juntamente com Monção, é uma das maiores cooperativas produtoras e exportadoras de vinho verde.
Para a campanha deste ano, referiu, estão garantidas as condições para, pelo menos, manter o preço a pagar aos cerca de 550 produtores que entregaram as uvas na cooperativa – cerca de 50 a 53 cêntimos por quilo do fruto.
Uma das novidades das vindimas deste ano é que cerca de 30 produtores realizaram as operações de forma mecanizada, o que significa, notou, “uma mudança de paradigma”.