A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, está a participar num projeto europeu, para melhorar o abastecimento de água na região do Mediterrâneo e que integra o Município do Fundão e outras entidades de quatro países, foi hoje anunciado.
Em comunicado enviado à agência Lusa, aquela universidade do distrito de Castelo Branco explica que o projeto tem a denominação de MED-WET, que se prolonga por três anos e que é composto por um consócio de oito identidades de cinco países (Alemanha, Egipto, Malta, Marrocos e Portugal).
“Do lado português, é também parceiro o Município do Fundão, que ficará corresponsável, juntamente com a UBI, pelos testes piloto experimentais das tecnologias inovadoras de irrigação, que serão realizados na Quinta do Seminário”, aponta.
Segundo a informação, o projeto visa melhorar a eficiência da irrigação na região mediterrânica, num contexto marcado pelas alterações climáticas e seca extrema.
“O objetivo principal é introduzir sistemas de irrigação agrícola inovadores e eficientes, destinados a pequenos agricultores da região mediterrânica. Os escassos recursos hídricos devem ser utilizados de uma forma eficiente e ambientalmente correta, no sentido de garantir o abastecimento de água e alimentos a longo prazo”, acrescenta.
De acordo com o referido, o MED-WET também deverá contribuir para “um combate eficaz dos impactos negativos das alterações climáticas em termos de disponibilidade de água, agricultura e segurança alimentar.
A coordenação do projeto por parte da UBI é da responsabilidade de João Leitão (docente do Departamento de Gestão e Economia e investigador do NECE – Research Center in Business Sciences) e integra ainda Dina Pereira (gestora da incubadora UBImedical), Pedro Dinis Gaspar (docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica), Cristina Fael e Isabel Falorca (docentes do Departamento de Engenharia Civil a Arquitetura) e Vítor Moutinho (docente do Departamento de Gestão e Economia e investigador do NECE).
A UBI também destaca que “o trabalho a desenvolver pelo MED-WET assume uma grande relevância, considerando que as regiões mediterrânicas enfrentam já graves carências de água”, bem como “o crescimento populacional, a mudança no comportamento do consumidor e as alterações climáticas têm sérios efeitos na disponibilidade de água doce”.
“Grande parte da água destinada à irrigação convencional infiltra-se ou evapora, não sendo por isso utilizável. Deste modo, devem ser desenvolvidos sistemas de irrigação inovadores que proporcionem a exploração de recursos hídricos não convencionais, em grande parte não utilizados. Adicionalmente, devem ser utilizadas soluções de baixo custo, com materiais naturais e disponíveis a nível regional”, detalha.
O projeto é financiado pelo Horizonte 2020, Cooperação Transnacional – Parceria para a Investigação e Inovação na Região Mediterrânica.