A Comissão Europeia vai aguardar por setembro para decidir uma eventual prorrogação da proibição temporária de importar produtos agroalimentares ucranianos para a Polónia, Roménia, Bulgária, Hungria e Eslováquia, anunciou hoje o comissário para a Agricultura, Janusz Wojciechowski.
Em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia (UE), em Bruxelas, o comissário respondeu que qualquer decisão só será tomada perto do final do prazo: “Acho que vai ser em setembro, antes da expiração destas limitações.”
Janusz Wojciechowski acrescentou que é feita uma avaliação a cada dois meses sobre o funcionamento do mercado e que a próxima só vai ser em agosto.
Por isso, a prorrogação das proibições – decidida face ao fluxo de cereais ucranianos na Europa do Leste, que está a saturar os silos e a pressionar em baixa os preços – só poderá ser decidida depois.
Bruxelas concluiu no final de abril um acordo com a Hungria, Polónia, Bulgária, Roménia e Eslováquia, que permitia a estes países bloquearem a comercialização de trigo, milho, colza e girassol ucranianos no seu território, desde que não impedissem o trânsito para outros países.
Até 15 de setembro está prevista a eliminação progressiva das medidas preventivas, excecionais e temporárias. A Comissão Europeia espera que que os cinco Estados-membros não mantenham quaisquer medidas restritivas depois daquela data.
Bruxelas também criou uma plataforma para coordenar esforços entre a Comissão e estes cinco países, assim como a Ucrânia, para melhorar o fluxo comercial entre este último país e a UE, incluindo o trânsito de produtos agrícolas ao longo os chamados “corredores de solidariedade” para facilitar as exportações.
A Comissão Europeia vincou ainda que a suspensão de tarifas de importação, cotas e medidas de defesa comercial sobre as exportações ucranianas para a UE, conhecidas como Medidas Comerciais Autónomas, estão em vigor durante mais um ano.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, a ministra da Agricultura portuguesa, Maria do Céu Antunes, referiu que os governantes têm outra reunião prevista para setembro para fazer uma análise mais aprofundada da situação, que foi agravada pela suspensão por parte da Rússia do acordo de exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, no dia 17 de julho.
A ministra acrescentou que com a suspensão do acordo os corredores terrestres que estão sob encargo da UE são ainda mais importantes para salvaguardar a segurança agroalimentar em vários países.