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– 21-05-2005 |
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Transgúnicos: Primeiros campos de ensaio de milho com pol�mica garantidaTorres Vedras, 20 Mai A empresa Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal, que pretende realizar durante quatro anos ensaios que testar�o o comportamento do milho geneticamente modificado em rela��o a um tipo de herbicida e a sua resist�ncia a pragas, tinha previsto o seu in�cio para a campanha deste ano, a come�ar em Abril, mas o propriet�rio de um dos locais para onde estáo previstos os testes disse � agência Lusa que será "muito dif�cil iniciarem-se ainda este ano". "O milho j� deveria estar plantado, uma vez que os meses mais indicados são os de Março ou Abril e por isso não acredito que os ensaios se iniciem este ano", afirmou � agência Lusa Pedro santos, o propriet�rio dos terrenos alugados pela Pioneer, na freguesia do Vilar. A empresa que tem conduzido ensaios de campo desde 2003 nas principais regi�es produtoras de milho dos Estados Unidos da Am�rica, Canad� e Chile pretende levar a cabo testes com milho transgúnico em terrenos situados nas freguesias do Vilar, concelho do Cadaval (zona Oeste) e em Vila Nova de Mu�a, no concelho de Ponte da Barca (regi�o Norte), intenção que se encontra até 15 de Junho em consulta pública no Instituto do Ambiente. Outra raz�o para o atraso, argumentou Pedro Santos � que "não se pretende for�ar este processo uma vez que estáo a aparecer opini�es públicas contra o projecto". � o caso da Junta de Freguesia do Vilar e da Assembleia Municipal do Cadaval, que aprovaram ambas uma mo��o (no final do m�s de Abril) onde declaram, "para a área de concelho, a proibição do cultivo de plantas geneticamente modificadas". Os autarcas consideram "inevit�vel a contamina��o provocada pelo cultivo de plantas geneticamente modificadas", afirmando que representam "uma forma de polui��o gen�tica irrevers�vel e definitiva com consequ�ncias graves para o equil�brio ecol�gico de ecossistemas agr�colas e selvagens". Os dois orgãos aut�rquicos decidiram "iniciar os contactos para integrar a Rede Europeia de Regi�es Livres de Transgúnicos (de que j� fazem parte a Aquit�nia, o Pa�s de Gales, o Pa�s Basco, a �ustria Superior, a Toscania, Salzburgo e, mais recentemente, as Ast�rias, entre outras)". No texto das mo��es aprovadas por unanimidade pode ainda ler-se que pretendem "instar a Comissão Europeia a não aprovar novas variedades de plantas transg�nicas para cultivo sem que os cidad�os europeus se tenham pronunciado a favor de tal op��o tecnol�gica". No Norte do país, o presidente da C�mara de Ponte da Barca Também j� anunciou a "total oposi��o" do executivo � realiza��o dos ensaios com Organismos Geneticamente Modificados (OGM). "Temos uma estratégia de promo��o e desenvolvimento rural para o concelho onde não cabem os OGM", disse o autarca Armindo Silva, garantindo que a C�mara "esgotar� todos os meios legais ao seu alcance" para fazer valer a sua oposi��o aos referidos ensaios. A C�mara de Ponte da Barca deliberou Também e por unanimidade declarar "todo o territ�rio do concelho como Zona Livre de Transgúnicos". A autarquia lembra ainda que o concelho situa-se na área de actua��o do Banco de Germoplasma da Direc��o Regional de Entre Douro e Minho, que existe h� 27 anos e que tem como principal objectivo a colheita, conserva��o e preserva��o das variedades tradicionais dos produtos agr�colas vegetais, particularmente das variedades de milho autoctones da regi�o. A C�mara receia que esse objectivo possa ser posto em causa pelo milho transgúnico, que poder� tornar-se "ambientalmente persistente e invasor sob a forma de infestante", acabando por "contaminar" as produ��es tradicionais. �s posi��es dos autarcas, o director-geral da Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal, Carlos Teixeira, respondeu interrogando-se sobre "qual � a base legal para declarar essas zonas livres de transgúnicos". "não acredito que um deputado municipal tenha base cient�fica para dizer que uma zona deve ficar livre de transgúnicos", afirmou Carlos Teixeira � agência Lusa. O director-geral da Pioneer disse que com os testes "não está a fazer nenhuma guerra ao ambiente" defendendo que o que está em causa � um "projecto de investiga��o de quatro anos que será realizado em s�tios isolados". "No ano do choque tecnol�gico, o que será do país se fechar as portas e não fizer investiga��o", rematou Carlos Teixeira. "Estamos a cumprir mais do que � exigido quer num local quer no outro e podemos controlar o processo", sublinhou. O respons�vel disse que a empresa se compromete a "queimar o OGM com fogo para não ficarem resqu�cios no terreno" assegurando que os locais seráo acompanhados no ano seguinte aos ensaios "para se ficar com a certeza de que não h� sementes no campo". "Como profissional o que posso dizer � que o local � excelente para os testes porque apresenta um risco m�nimo de se cruzar com p�len de outras culturas", disse por seu lado o engenheiro agr�nomo Pedro Santos. O propriet�rio da sociedade agr�cola que irá acolher os ensaios na freguesia do Vilar assegurou que "não h� produ��o de milho numa área de dois a tr�s quil�metros de dist�ncia" aos terrenos. No dossier que está para consulta pública, a empresa assegura que "o fluxo de p�len das plantas geneticamente modificadas será controlado por uma dist�ncia de isolamento de 200 metros a outros campos de milho não experimental". Para 2005 estava previsto que cada ensaio ocupasse uma área até 300 metros quadrados e nos anos seguintes podem ocupar até mil metros quadrados. Questionado sobre as raz�es que levaram a sociedade a alugar os terrenos para a realiza��o dos testes, Pedro Santos contou a sociedade agr�cola a que pertence � constitu�da por tr�s engenheiros agr�nomos que entendem que "os OGM devem ser testados" embora, paradoxalmente, tenham optado por se dedicar � agricultura biol�gica e � horticultura. "N�s nunca iremos produzir milho transgúnico, disponibiliz�mos o terreno para acompanharmos o comportamento do milho e para promover um maior conhecimento cient�fico sobre OGM", declarou. Opini�es que merecem as maiores reservas � Associa��o Nacional de Conserva��o da Natureza -Quercus para quem os testes mais não pretendem do que "testar a adapta��o (dos OGM) ao clima nacional", com vista � sua produ��o em Portugal. Margarida Silva da Quercus sustentou � Lusa a sua afirma��o dizendo que se assim não fosse "os testes seriam feitos em Fran�a", país para onde será levado o milho com vista � sua análise em laboratério. A associa��o ambientalista Quercus vai emitir um parecer negativo sobre este assunto ainda durante o período da consulta. Margarida Silva considerou que "não está claro" no dossier que "seja mesmo necess�rio efectuar estes testes. S� em última inst�ncia se devem fazer os ensaios, primeiro deveriam ser realizadas outras experi�ncias em locais como estufas j� que sendo feitos ao ar livre toda a segurança � pouca e ainda por cima por um período t�o longo (quatro anos)".
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