O Vítor partiu hoje, dia 7 de maio, da nossa companhia.
Nasceu em 1950, tínhamos por isso a mesma idade. Acompanhei-o com especial proximidade e intensidade desde 1996, então como colaborador na sua missão de Diretor Geral do Desenvolvimento Rural, um empreendimento que se prolongou na sua atividade de Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, desde outubro de 1998 a abril de 2002, na vigência dos XIII e XIV Governos Constitucionais, presididos por António Guterres.
Desse período prestou contas no livro Desenvolvimento Rural. Intervenção Pública 1996-2002, editado em 2004, pela Terra Mar. Quem conheça a história da política de desenvolvimento rural em Portugal até aos nossos dias e os seus protagonistas, sabe que ela se confunde, no que tem de melhor, com o nome do Vítor Barros.
Se lhe é devida uma homenagem de gratidão pela sua intervenção pública, neste período e noutros que o precederam e se lhe seguiram (p.e. de 2005 a 2010 na Companhia das Lezírias), o que mais importa, neste momento, é destacar as suas qualidades únicas como pessoa, bem conhecidas dos que com ele privaram. E tantos foram!
O Vítor vivia com entusiamo e alegria, adorava conviver, aceitava e valorizava a diversidade dos outros, sem fazer sentir a sua autoridade, mesmo quando a tinha. Liderava com base na confiança e exigência, mas também pela sua proximidade e afetividade. Era leal e tinha alma.
Precisamos tanto, no Portugal de hoje, de pessoas e de responsáveis pelas causas públicas como o Vítor Barros. Que a sua memória viva nos inspire e ajude…
Francisco Cabral Cordovil, 7 de maio de 2023