Pelo menos 85 pessoas foram mortas depois de duas aldeias terem sido atacadas, na noite de segunda-feira, em confrontos recorrentes entre agricultores e pastores no centro da Nigéria, segundo um novo balanço divulgado hoje pelas autoridades locais.
“Oitenta e cinco corpos foram encontrados e 57 feridos foram hospitalizados”, disse à agência France-Presse (AFP) Joseph Gwankat, representante destas duas aldeias do distrito de Mangu (estado de Plateau). Estes dados foram confirmados à AFP pelo representante do distrito de Mangu, Daput Minister Daniel.
Um primeiro balanço, realizado na terça-feira, pelas autoridades locais, apontava para pelo menos 30 mortos.
Tratou-se de “ataques de represália” entre agricultores e pastores, na sequência do “assassínio de um agricultor há 15 dias no seu campo” e depois do “assassínio de um pastor pelos familiares do agricultor”, disse um funcionário do Serviço Nacional de Emergência (Sema) no estado do Planalto, Juni Bala.
“Milhares de pessoas, mulheres e crianças, estão atualmente nas estradas à procura de um local seguro para se refugiarem”, referiu, ainda, acrescentado que “as casas ainda estavam a arder na quarta-feira”.
Na manhã de quinta-feira, a polícia local declarou ter detido cinco pessoas relacionadas com a violência, afirmando que as forças de segurança tinham sido enviadas para o local e que “a calma tinha regressado”.
As regiões noroeste e central da Nigéria são regularmente palco de conflitos e tensões sobre a utilização das terras e dos recursos hídricos entre comunidades agrícolas e de pastores.
A cadeia de assassinatos, seguida de atos de retaliação, deu origem a um cenário de criminalidade mais vasto na região, com bandos a efetuarem ataques seletivos a aldeias, raptos em massa e pilhagens.