Empresa expande vinha, cria uma adega boutique para vinhos à medida, inova na oferta hoteleira e de natureza, e aposta na eficiência energética
A Quinta da Lixa, o quarto maior produtor da região dos Vinhos Verdes, está a investir mais de um milhão de euros, com especial destaque para a plantação de novas vinhas, que vão permitir desenvolver um novo nicho – o faça você mesmo – no mercado dos vinhos, e para o reforço da oferta turística no segmento de natureza. Além disso, há uma forte aposta na eficiência energética, com a instalação de painéis fotovoltaicos para autoconsumo e que permitirão ao grupo assegurar mais de 30% das suas necessidades energéticas anuais.
No imediato, o que preocupa mesmo é a falta de materiais secos – papel, cartão e garrafas -, que põem em causa a capacidade de dar resposta às encomendas. “Estamos com três meses de atraso. Em fevereiro fizemos as encomendas de vidro, papel para rótulos, etc, para abril e não os vamos receber. O que nos vai salvando é a boa compreensão dos nossos clientes”, diz o administrador da empresa, Óscar Meireles. Isto já para não falar da questão do preço das matérias-primas, que tem sido “galopante”, o que, associado à instabilidade crescente provocada pela guerra na Ucrânia e ao disparar da inflação, leva este responsável a temer pelos efeitos da quebra do poder de compra dos consumidores.
A Quinta da Lixa – Sociedade Agrícola fechou 2021 com vendas de 10,7 milhões de euros, 1% acima do ano anterior. Este ano previa uma consolidação do negócio e apontava para crescimentos da faturação de 5% em 2023 e de 10% nos dois anos seguintes, de modo a chegar a 2025 com um volume de negócios da ordem dos 13,6 milhões de euros. Projeções feitas antes da atual conjuntura, e que Óscar Meireles teme que não sejam concretizáveis, à luz da diminuição de rendimento disponíveis das famílias.
À procura de novos mercados para substituir a Rússia
O mercado russo, um dos mais importantes já que assegurava 11 a 12% das exportações totais da Quinta da Lixa, está agora em stand-by. “Já estamos na Rússia há 17 ou 18 anos e era um dos bons mercados, só comprava vinhos premium. Tínhamos perspetivas muito boas para 2022, com encomendas já firmadas, mas não estamos a enviar nada. A Cosec cortou os seguros de crédito para a Rússia e, apesar de ser um importador credível, com uma relação de confiança de muitos anos, entendemos que, neste momento, é preciso haver alguma contenção”, defende este responsável.
A solução passa por encontrar novos mercados e novos clientes. “Temos que nos reinventar, mas não é a primeira vez. Já […]