Devemos ficar surpreendidos com a denúncia desesperada de uma geração jovem a quem o presente é negado e o futuro aniquilado de forma definitiva e irreversível?
No presente, a temperatura do planeta Terra encontra-se a quatro décimos do limite oficialmente reconhecido como possível ponto de não retorno nas alterações climáticas.
As consequências e os efeitos nos últimos anos deste patamar de 1,1 graus onde nos encontramos são tão evidentes no nosso quotidiano que as irresponsáveis atitudes negacionistas transitaram para a dimensão das patologias do foro psiquiátrico definidas pelo delírio.
E, no entanto, apesar de todos os consensos alcançados nas cimeiras de Paris e Glasgow, os países produtores de petróleo conseguiram neutralizar, apoiados por um exército de mais de 600 lobistas dos combustíveis fósseis na COP-27, qualquer tipo de progresso, relativizando a fasquia para o patamar dos dois graus.
Com a próxima cimeira a tomar lugar nos Emirados Árabes Unidos, as perspectivas são tão negras como a cor do petróleo e tudo indica que a velocidade na “auto-estrada do Inferno” só irá aumentar.
As cheias de Lisboa, ponto extremo climático, inserem-se nos padrões previstos pelos cientistas no nosso futuro e, no seu contraste […]