O Instituto Nacional de Estatística (INE), nas suas previsões agrícolas, a 31 de Outubro, estima uma redução de 30%, face à campanha anterior, quer na azeitona para azeite, quer na de mesa.
E acrescenta o INE que, face à diminuição de produtividade, existem áreas significativas de olivais tradicionais que não serão colhidas, pois os custos de colheita superariam a valorização da produção, com implicações também nas unidades de transformação: os lagares mais pequenos ainda não abriram e os de maior dimensão têm linhas de laboração paradas.
Os olivais encontram-se no estado fenológico de fruto em maturação, tendo-se iniciado em Outubro a colheita nas variedades mais precoces. A precipitação deste mês foi benéfica para alguns olivais, nomeadamente os de sequeiro, mas não suficiente para contrariar o efeito do conjunto de factores negativos que afectaram o potencial produtivo desta cultura ao longo do seu ciclo.
Ano de contrassafra
Apesar de índices de floração bastante aceitáveis para um ano de contrassafra, a precipitação e as elevadas temperaturas, por altura do vingamento, determinaram uma menor carga de frutos, diminuída posteriormente em resultado de prolongados períodos quentes e secos, explicam os técnicos do INE.
Outubro frio e chuvoso
O mês de Outubro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como frio e chuvoso. O valor da temperatura média, 15,4ºC, foi inferior à normal em 0,9ºC, tendo sido o segundo Outubro mais frio desde 2000.
Quanto à precipitação, o valor médio de 119,8mm corresponde a 120% do valor normal 1971-2000 (98,2mm). Para a generalidade das regiões do Continente, mas em particular no Centro e Sul, ocorreram valores de precipitação muito elevados nos dias 19 e 20, associados à aproximação e passagem da depressão Barbara.
O artigo foi publicado originalmente em Agricultura e Mar.