O incêndio que deflagrou no sábado em Odemira e que foi dado como controlado na quarta-feira foi o maior do ano, num agosto que arrancou a arder, com 643 fogos e 1818 hectares perdidos a cada 24 horas. Enquanto as chamas destruíam floresta e mato, a população preparou caril e arranjou pizas para os bombeiros
Cinco dias e quatro noites levaram o desassossego aos concelhos de Odemira e Aljezur. As chamas só sossegaram na manhã de quarta-feira, depois de perto de uma centena entre os mais de mil elementos do dispositivo da proteção civil no terreno terem aproveitado a noite para agarrar nas enxadas e na maquinaria para domar o fogo, aproveitando a elevada humidade que se instalou nesta zona do litoral, entre o Alentejo e o Algarve.
Já não ardia por ali há cerca de 20 anos e o terreno, coberto de estevas e tojais inflamáveis e a viver uma seca extrema há mais de dois anos, estava assinalado como potencial pasto para o fogo. “Era uma vítima anunciada”, diz o especialista em florestas Francisco Castro Rego. […]