O cultivo do girassol e do milho, bem como das hortícolas que chegarão à mesa dos portugueses no verão, estão a decorrer “com toda a normalidade, sem uma única rutura no abastecimento de sementes”, no contexto da Covid-19, assegura António Sevinate Pinto, presidente da Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes (ANSEME).
Os chamados cereais de inverno (trigo, cevada, centeio e aveia, por exemplo) cumprem, neste momento, a sua fase de crescimento, para serem colhidos mais no verão. O milho já começou a ser semeado e “não há falhas de sementes”. O arroz deverá começar a ser cultivado dentro de “uma ou duas semanas, quando o tempo aquecer mais um pouco, primeiro no Mondego e depois no Ribatejo e no Sado, mas também aqui não há problema, sublinha o dirigente associativo. O mesmo se passa com as sementeiras de hortícolas, como por exemplo alface, couve, vagem, pimento ou tomate.
Compras feitas 3 semanas mais cedo
Para garantir que não haveria falhas no abastecimento, os vários operadores no mercado nacional “anteciparam as compras de sementes em três semanas, para tranquilizar os agricultores”, explica António Sevinate Pinto, uma vez que o país depende “totalmente da importação em alguns casos”.
Essa antecipação revelou-se essencial para assegurar que “a maior parte dos produtos [sementes] iriam ficar disponíveis para as campanhas em curso. Comprámos a tempo a Itália, França e Espanha, países que vieram a ficar com problemas de logística e de transportes”, assinala, mas também salientando com agrado o trabalho da Comissão Europeia, que “facilitou a circulação deste tipo de bens no espaço europeu, com apoio e controlo total”.