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– 30-04-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Mouch�es: As ilhas da disc�rdia Lisboa, 29 Abr Os tr�s mouch�es – de Alhandra, da P�voa e do Lombo do Tejo – são privados e os respectivos propriet�rios estáo interessados em desenvolver projectos enquadrados no "turismo de natureza", depois de terem sido durante s�culos usados para fins agr�colas e do seu progressivo abandono devido � quebra de rentabilidade desta actividade. Mas a sensibilidade dos ecossistemas em que se inserem, em plena Reserva Natural do Estu�rio do Tejo, não vai facilitar este objectivo, até porque por enquanto, naqueles terrenos, o uso se mant�m exclusivamente agr�cola. De um lado, propriet�rios e autarquia de Vila Franca de Xira defendem que o turismo iria potenciar o usufruto de espaços de grande beleza e promover ao mesmo tempo a sua salvaguarda, evitando o abandono. Do outro, enfrentam as cautelas das entidades a quem compete pronunciar -se sobre o desenvolvimento de projectos naquele territ�rio. "são inaceit�veis as duas situa��es: o abandono e a sobrecarga", afirmou o secret�rio de Estado do Ordenamento do Território, Jo�o Ferr�o que, sexta-feira, acompanhou uma visita de trabalho aos mouch�es, organizada pela c�mara de Vila Franca de Xira. O presidente do Instituto de Conserva��o da Natureza (ICN), Jo�o Menezes, lembrou que, actualmente, "as propostas tem de se enquadrar nos regulamentos das áreas protegidas, que s� prev�em usos agr�colas". O uso s� pode ser alterado com a revisão do Plano de Ordenamento da Reserva Nacional do Estu�rio do Tejo (PORNET) que está em curso e se prev� esteja conclu�da ainda este ano. "O objectivo � reajustar os limites da Reserva com os da ZPE (Zona de Protec��o Especial) e compatibilizar usos", disse o respons�vel do ICN. O presidente da Liga para a Protec��o da Natureza (LPN) entende que os propriet�rios dos mouch�es estáo mais interessados na especula��o imobili�ria do que no turismo sustent�vel. "Quem ganha � o especulador, porque o que se pretende � conseguir o máximo de �ndice de constru��o. Se os projectos forem aprovados, um terreno que agora vale cinco c�ntimos por metro quadrado, passa a valer 200 e isso � uma mais valia enorme", sublinhou Eug�nio Sequeira. O respons�vel da LPN defendeu ainda que se deve manter a actividade agr�cola e pecu�ria. "Quanto mais diversidade h�, mais alimentos h� e mais aves procuram os mouch�es", explicou. Mas os propriet�rios argumentam que s� o aproveitamento tur�stico � vi�vel. Como � o caso de Margarida Marinho e Joaquim Lopes Henriques, da Sociedade Agro-Pecu�ria Mouch�o de Alhandra, que afirmam que a aquisi��o da ilha foi pensada para desenvolver a pecu�ria, mas que esta actividade "não d� para compensar". Os propriet�rios almejam ver no terreno uma esp�cie de resort agro-tur�stico com mais de 140 casas, mas queixam-se dos entraves criados pela administração central. Neste mouch�o, o menor de todos (351 hectares), subsistem ainda alguns barrac�es e casas, que evidenciam o abandono, e a degrada��o atingiu Também pont�es e comportas. Um rombo num dique provocou a saliniza��o da �gua e criou uma dificuldade adicional, em termos de abastecimento. No Mouch�o do Lombo do Tejo, pertencente a Ant�nio Varela, homem de neg�cios multifacetado, tudo � diferente. O propriet�rio recuperou casas e barrac�es, arranjou o sistema de comportas e de diques e requalificou a lagoa com 29 hectares onde nidificam diversas especies de aves. Ant�nio Varela demonstra Também interesse na explora��o tur�stica associada � agricultura. "� um espaço t�o bonito que poderia ser usufru�do de outra forma", comentou. Ant�nio Varela garante que a sua interven��o na ilha, a nível. do edificado, se resumiu ao restauro das constru��es que existiam desde 1939 e adiantou que j� encomendou um estudo que apontava para a possibilidade de desenvolver um resort dedicado ao eco-turismo, com 200 camas, um campo de golfe, um centro de conven��es, um espaço de anima��o e actividades n�uticas. No Mouch�o da P�voa, "em estado geral de abandono", Artur Borda d’�gua, um dos representantes da empresa propriet�ria, assume Também a intenção tur�stica e luta pela constru��o de 3.000 fogos, um hotel, um parque tem�tico e um centro de observa��o das aves. "Isto � t�o grande, que quase nem se notariam", afirmou, lembrando que "no Parque das Na��es, que tem metade da área, se concentram 10 mil pessoas". A presidente da c�mara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, � favor�vel ao turismo, mas sublinhou que a solu��o "poderia come�ar pela recupera��o integral do que j� está constru�do". "O uso destes espaços pode ser potenciado, tornando-os geradores de desenvolvimento econ�mico, sem ferir os princ�pios de equil�brio ambiental e preservando as especies", argumentou a autarca. Maria da Luz Rosinha alertou ainda para os problemas causado pelo abandono dos terrenos que se tornaram, nalguns casos, "um espaço privilegiado para ca�adores furtivos que em nada potencia a estratégia ambiental".
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