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– 25-08-2004 |
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Mondim de Basto : Desfile milenar de gado maronês para promover a raçaMondim de Basto, Vila Real, 24 Ago Logo pela manhã, a agitação era muita no recinto, com os criadores a escovar pela última vez os seus animais antes de estes percorrerem a "passerelle" improvisada do Bilhó para a realização do Concurso Nacional do Maronês, uma iniciativa do Parque Natural do Alvão (PNA), Associação de Criadores do Maronês e Junta de Freguesia local. Depois, escovados e com os cornos untados com azeite, para brilharem e afastarem as moscas, todos os animais desfilaram elegantemente, como autênticos "top-models", entre aplausos e apupos, bamboleando as ancas e com um olhar indiferente ao público. Os 86 animais inscritos no concurso concorreram em sete sessões diferentes, consoante o sexo e o escalão etário, sendo a sua idade fixada em face do cronómetro dentário. Os touros e as vacas maroneses são preparados para os dias de concurso durante todo o ano, submetendo-se a uma dieta rigorosa com muitos cereais, nomeadamente milho, feno, erva e muita água. A grande vencedora do concurso na categoria de Vacas Isoladas, a partir dos três anos, foi a "Broca", uma vaca com quatro anos e 700 quilos, que já não é novata nestas andanças e tem ganho muitos prémios nos vários concursos que se realizam um pouco por toda a região. "É uma vaca que passa o ano todo a pôr-se em forma para os dias de concurso", frisou o proprietário Francisco de Andrade Borges, da Póvoa, Ribeira de Pena. Referiu ainda que a "Broca" já não é utilizada no trabalho do campo e que possui apenas as funções de reprodutora. Francisco Borges era hoje um homem muito feliz, porque também a "Bonita", uma vaca de 650 quilos, venceu o primeiro prémio na categoria de Novilhas, dos dois aos três anos. "É a beleza do animal que conta para a avaliação do júri, por isso as minhas vacas são muito bem tratadas e escovadas", sublinhou. O único produto de beleza utilizado nos "monumentais" animais é o azeite com que se esfregam os cornos. Os prémios monetários rondam os seis mil euros, tendo ainda sido distribuídas 41 taças. Virgílio Alves, da Associação de Criadores do Maronês, salientou a importância do concurso para a promoção do melhoramento da raça Maronesa e para a manutenção de uma tradição do meio rural. O responsável referiu ainda o sistema natural em que o gado maronês é criado, o qual, salienta, oferece aos consumidores mais segurança do ponto de vista alimentar, visto tratar-se de uma carne de denominação de origem protegida. Em Vila Real, nas duas últimas décadas foram ensaiados modelos de preservação das raças autóctones, processo encabeçado por três entidades com funções complementares, entre as quais a Associação de Criadores do Maronês, que gere os animais vivos e garante o património genético através da gestão do livro genealógico da raça. Todo o processo é controlado por uma entidade certificadora, a "Tradição e Qualidade", que certifica aquela carne de Denominação de Origem Protegida. Existem cerca de 1.900 produtores inscritos na Associação de criadores do Maronês. Segundo Virgílio Alves, a venda de carne maronesa tem aumentado cerca de 30 por cento ao ano desde que o agrupamento foi constituído. Em 2000, foram vendidas 205 carcaças de bovino maronês, 900 em 2003 e este ano prevê-se que se vendam mais de 200 toneladas desta carne. "Esta venda representa apenas um terço do total da produção, pois a maioria é mesmo para consumo próprio e venda directa dos produtores", frisou. A base geográfica da exploração da raça bovina maronesa engloba as regiões naturais das serras do Alvão e do Marão, o Vale da Campeã, a veiga de Vila Pouca de Aguiar e a Padrela, num total de 13 concelhos e 300 freguesias. O gado maronês, que há mais de mil anos se encontra na região compreendida entre as serras do Alvão, Marão e da Padrela, era um animal selvagem ibérico que dadas as suas características fisiológicas foi domesticado pelo homem para o trabalho agrícola. É um animal típico de zonas de montanha, onde os Invernos são rigorosos e longos, com plantação em minifúndios e regiões onde é difícil a mecanização agrícola.
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