O ministro do Ambiente defendeu, esta segunda-feira, o aumento do preço da água, devido à escassez e para moderar os consumos.
Na abertura do Congresso da Água, que se realiza esta semana de forma virtual,o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que “se o produto água se está a tornar escasso, o seu preço deve refletir essa escassez”.
Assim, neste cenário de escassez, o ministro do Ambiente defendeu que os grandes consumidores de água, como a agricultura e os campos de golfe, tenham aumentos nas tarifas.
João Pedro Matos Fernandes deu o exemplo do Algarve, onde se estão a fazer obras para o uso de águas residuais na rega e a melhoria da eficiência das tubagens, bem como, a procura de furos para a segurança de abastecimento, mas estes custos têm de ser pagos e não apenas pelo Estado, argumenta o ministro.
“Temos que começar a questionar o consumo de um recurso que é, efetivamente, limitado. Porque a solução não é conquistar novas fontes de oferta ou ser eficiente para ganhar folga para mais consumo, esta visão não é sustentável, sobretudo quando as fontes de água serão cada vez menos e se considera que os investimentos nas soluções passam unicamente pelo Estado e pela tarifa do cidadão”, expôs.
Só a agricultura é responsável por 74% do consumo da água em Portugal e 20% é para o consumo urbano. A água que, de acordo com o ministro, tem de ser tratada como uma matéria-prima rara.
Por isso, “se o produto água se está a tornar escasso, o seu preço deve refletir essa escassez, tanto mais que esse preço é o sinal mais forte que temos a dar aos utilizadores da água, no sentido de a usarem de forma mais parcimoniosa, por isso, quando dizemos poupar, poupar, poupar, falamos de suficiências, falamos de limites, e há muito que pode ser feito ainda dentro desses limites”, concluiu.