A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) foi autorizada a reforçar o combate aos incêndios com a contratação de mais 500 bombeiros, anunciou hoje o ministro da Administração Interna.
“A ANEPC fica com autorização para avançar com a contratação de mais 100 equipas de bombeiros, o que significa mais 500 homens, tendo em vista reforçar os meios humanos e permitir que esta reposição de meios mantenha o vigor e a eficácia que tem existido até agora”, afirmou José Luís Carneiro, sublinhando que 90% dos incêndios têm sido debelados em 90 minutos.
Em conferência de imprensa realizada na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras), o ministro realçou também a antecipação de pagamentos às corporações de bombeiros, num montante que ascende a mais de um milhão de euros.
“Decidimos antecipar os pagamentos às corporações de bombeiros que têm tido o esforço de integração no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)”, referiu José Luís Carneiro.
“Esse esforço de antecipação vai ser realizado por parte da ANEPC, tendo em vista garantir que as associações humanitárias que têm corporações de bombeiros integradas no DECIR [Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais] mantêm condições de decisão e operacionalidade que são indispensáveis para esta fase que se inicia após este período que tivemos desde o início de julho até hoje”, disse.
O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas depois de ter participado na reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, acompanhado da secretária de Estado da Proteção Civil, e no final de uma reunião por videoconferência com membros de várias áreas governativas em que se decidiu decretar situação de alerta entre domingo e terça-feira.
A propósito das medidas de reforço dos corpos de bombeiros, José Luís Carneiro explicou que a contratação de mais elementos serve sobretudo para reforçar os recursos humanos das associações humanitárias que incorporam o maior número de elementos no DECIR.
Por outro lado, o ministro reconheceu também uma dificuldade que se tem verificado recentemente na mobilização dos elementos dos corpos de bombeiros voluntários e que trabalham nos setores público ou privado.
Para fazer face a esses constrangimentos, durante a situação de alerta esses bombeiros poderão estar disponíveis para o combate aos incêndios sem necessidade de um regime de autorização da entidade patronal.
De acordo com o governante, a medida permitirá “agilizar a capacidade de mobilização desses meios para o dispositivo dos bombeiros”.
O território continental vai estar em situação de alerta entre os dias 21 e 23 de agosto devido ao risco de incêndios e a situação vai ser reavaliada na segunda-feira ao fim dia.
Mais de 70 concelhos da região Centro do país e do Algarve estão hoje em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê a continuação da subida da temperatura máxima.