O incêndio que lavra no concelho do Porto Moniz, Madeira, perdeu intensidade, mas “não está completamente controlado”, disse o presidente da autarquia, Emanuel Câmara, indicando que o combate envolve 60 operacionais.
“O incêndio continua, não se pode dizer que a situação está resolvida. Foi dos incêndios que mais fustigaram o nosso concelho desde que há memória”, disse o autarca à agência Lusa, para logo realçar: “Não posso considerar que os fogos estão dominados, pois a qualquer momento reacendem, daí a ativação do Plano de Emergência Municipal.”
De acordo com Emanuel Câmara, as chamas foram combatidas durante toda a noite, depois de se terem alastrado durante a tarde de quinta-feira por toda a zona alta do concelho, onde o fogo cercou a freguesia das Achadas da Cruz, transitando para os sítios dos Lamaceiros e Santa e para a encosta sobranceira à vila do Porto Moniz.
O lar de idosos situado nos Lamaceiros foi encerrado e 40 utentes foram transferidos para instalações no concelho vizinho de São Vicente.
“A primeira preocupação foram as pessoas e depois os bens”, disse o presidente da Câmara Municipal, explicando que a situação mais grave foi a de uma senhora, nas Achadas da Cruz, que sofreu algumas queimaduras.
Várias pessoas pernoitaram, por precaução, na escola secundária do Porto Moniz e no salão paroquial da igreja local, entre as quais um grupo de alunos do 1.º ciclo, impedidos de regressar a casa nas zonas altas.
As câmaras do Porto Moniz (costa norte) e da Calheta (zona oeste) ativaram os respetivos planos municipais de emergência e proteção civil, na sequência dos incêndios que lavram naqueles concelhos.
O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18:00, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, às freguesias da Ponta do Pargo e das Achadas da Cruz, esta já no concelho do Porto Moniz.
O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios que lavram na região, ativando, assim, o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil, anunciou o Serviço Regional de Proteção Civil (ANEPC).
Hoje de manhã partiu para a Madeira um contingente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, chefiada pelo comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Coimbra, Carlos Tavares, integrando 64 Operacionais, dos quais 54 Bombeiros da Força Especial de Proteção Civil, seis elementos da estrutura de Comando da ANEPC e quatro elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica.