O vereador da Proteção Civil da Câmara de Leiria afirmou hoje que os fogos na zona da Caranguejeira “não são obra do acaso” e apelou à população para estar atenta e colaborar com as autoridades.
“Não estamos convencidos que seja obra do caso e, como tal, apelamos mais uma vez a que estejam atentos [população] e que colaborem com qualquer informação que possa ser útil, para que o processo de investigação seja também mais célere”, afirmou Luís Lopes (PS) no ‘briefing’ que decorreu esta manhã.
O vereador da Proteção Civil destacou a “frequência de incêndios” que têm existido em Leiria e em Ourém, o que tem sido uma preocupação “sobremaneira”, ao referir que tem existido uma “concertação dos dois municípios e também com as forças de segurança”.
“É algo que tem sido uma constante, mas que ainda assim iremos manter esta atenção nos próximos dias. Aquilo que pedimos é que todos se mantenham atentos, que colaborem com as forças de segurança que vão manter-se no terreno, com os bombeiros e, acima de tudo, que se mantenham vigilantes e também nos ajudem a vigiar o território e a salvaguardar o património de todos, porque sabemos perfeitamente que os próximos dias serão complexos”, apelou o autarca.
Luís Lopes insistiu que têm existido “várias ignições”. A GNR e a Polícia Judiciária têm estado no terreno desde há cinco dias, “quando começámos a ter uma maior frequência de ignições”.
“A informação que temos é que não existe nenhuma pessoa referenciada ou que existam fortes indícios de chegar a uma conclusão. É óbvio que isto é um trabalho minucioso, que requer a recolha de prova testemunhal. Neste momento, não temos nenhuma indicação que esteja em resolução nos próximos dias, o que logicamente também nos preocupa”, disse ainda Luís Lopes.
O autarca salienta que “não sendo possível parar estas fontes de ignição – todo o dispositivo que estará no terreno está preparado – com esta recorrência de ignições e em simultâneo, e numa dispersão territorial (chegámos a ter três incêndios praticamente consecutivos entre Leiria e Ourém), torna muito mais complexo o trabalho destes operacionais, para que depois se consiga a resolução em tempo útil”.
Também o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria destacou um “aspeto que é anormal: o número de ocorrências que se têm verificado nesta zona do território nos últimos dias. É uma situação que consideramos que requer alguma investigação e algum cuidado por parte das entidades competentes”, referiu também Carlos Guerra.
Este responsável reforçou que o “comportamento humano tem tido consequências muito más”.
“Relembro que estas duas ocorrências, quer na Caranguejeira quer no Arrabal, começaram exatamente à mesma hora. Como dizia o senhor vereador, certamente não foi obra do acaso”, frisou.
Os dois incêndios que deflagraram na Caranguejeira e no Arrabal, em Leiria, surgiram com um minuto de diferença. Segundo Carlos Guerra, foram consumidos cerca de 450 hectares nas duas freguesias.
Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o fogo na freguesia do Arrabal teve início às 13:47 de segunda-feira.
Às 10:57 estavam no local 134 operacionais, apoiados por 43 viaturas e dois meios aéreos.
No incêndio da Caranguejeira, que deflagrou pelas 13:48 na Lagoa da Pedra, estão ainda no teatro de operações 233 operacionais e 74 veículos.