[Fonte: Anipla]
- Anipla escreveu ao Ministro da Agricultura e reuniu-se com Secretário de Estado, para apelar ao voto positivo de Portugal para a renovação da licença.
- Associações de produtores portuguesas têm manifestado publicamente a preocupação com o futuro da actividade agrícola sem alternativas sustentáveis ao glifosato.
- Governo da Suíça rejeitou, já este mês, a proposta do partido ecologista para banir a substância da agricultura daquele país.
- Comissário Europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, tem apelado para que as opiniões políticas não superem as conclusões científicas das agência oficias europeias, que não encontram ligação entre o glifosato e o cancro.
- As investigações científicas dos governos do Japão, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos da América, também foram unânimes ao não ligar a utilização deste herbicida ao risco para a saúde humana.
- Estudo conjunto da ONU e OMS revela também a improbabilidade de que o glifosato tenha efeito cancerígeno nos seres humanos.
- Investigação da agência noticiosa Reuters revela que responsável da Agência para a Investigação do Cancro, IARC, terá rejeitado evidência científica que apresentava informação contrária à posição que esta tornou pública que indicou a substância como “provavelmente cancerígena”.
A União Europeia decide, na próxima semana, no dia 27, a renovação da licença para a utilização do glifosato na agricultura do espaço comunitário.
A votação será realizada numa reunião de recurso do Comité Permanente dos Vegetais, Animais e Alimentos para Consumo Humano e Animal, após ter sido, por duas vezes, adiada a decisão, pela ausência da maioria qualificada exigida nas votações dos representantes dos Estados Membros da União Europeia, nos passados dias 25 de Outubro e 9 de Novembro.
Esta decisão tem em vista a autorização, por cinco anos, da utilização do glifosato na agricultura do espaço comunitário, cuja licença para a aplicação da substância termina já no final deste ano.
Em Portugal, várias organizações de produtores têm manifestado a sua preocupação com a eminente exclusão de uma substância de impacto considerável na qualidade e quantidade da produção, sem que exista disponível uma alternativa viável e igualmente segura. A Anipla apresentou pessoalmente esta posição em audiência, ontem, 23 de Novembro, com o Secretário de Estados para a Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, em complemento à carta dirigida, no final de Outubro, ao Ministro da Agricultura, Florestas e do Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.
António Lopes Dias, director-executivo da Anipla, mantém a confiança de que a União Europeia possa voltar a colocar a ciência no centro da decisão, e reforça,
“Não podemos permitir que campanhas baseadas no medo, coloquem em causa a qualidade e segurança, cientificamente comprovadas, desta essencial ferramenta para a agricultura europeia: o glifosato”
Para este responsável da Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas, “Já são demasiados os estudos apresentados, para que os nossos representantes europeus continuem a ignorar a evidência científica. Campanhas baseadas apenas numa posição [da IARC] que colocou o glifosato no mesmo nível [2.a] cancerígeno que a carne vermelha, não deveriam poder ter tanto impacto em decisões europeias que poderão afectar toda a competitividade da agricultura europeia, lesando os produtores em milhões de euros.”
Recorde-se que uma análise conjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de Saúde revelou que a substância era “improvável” que representasse um risco cancerígeno para os seres humanos, através da sua dieta. Posição também partilhada pelas Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA), e que está de acordo com as conclusões oficiais de países como o Japão, a Nova Zelândia, o Canadá, a Austrália, os Estados Unidos e mesmo a Suíça.
A única agência oficial que mantém a posição de que a substância é potencialmente cancerígena para o seu humano é a IARC, a Agência para a Investigação do Cancro da Organização Mundial de Saúde. Ainda que uma investigação da Reuters tenha revelado que esta agência ignorou importante evidência científica que apontava no sentido contrário à posição tomada.
Informação complementar:
- Para mais informação, poderá também ler as informações da Anipla sobre esta matéria, nas newsletters: “Glifosato não tem potencial cancerígeno” e “EFSA confirma segurança”
- Consulte aqui o estudo da FAO e da Organização Mundial de Saúde: http://www.who.int/foodsafety/jmprsummary2016.pdf?ua=1
- Conheça aqui a posição do Comissário Europeu para a Saúde: https://www.euractiv.com/section/agriculture-food/news/andriukaitis-heats-up-glyphosate-discussion-with-science-comments/
- Leia aqui a reportagem da Reuters: https://www.reuters.com/investigates/special-report/who-iarc-glyphosate/?utm_campaign=Storylift+-+8LZ_0WGQ&utm_source=Storylift&utm_medium=8LZ_0WGQ&utm_content=A