Uma aposta na articulação entre os mundos rural e urbano e apoios à fixação de jovens são compromissos propostos pelos Grupos de Ação Local aos partidos que concorrem às legislativas de março, para o desenvolvimento dos diferentes territórios.
Num comunicado divulgado hoje, a Federação Minha Terra – em representação dos Grupos de Ação Local (GAL) que trabalham em mais de 94% do território nacional – refere que o documento “Desenvolvimento Local, compromisso com pessoas e territórios – Conjunto de recomendações dos Grupos de Ação Local aos poderes políticos para as políticas públicas na próxima legislatura” resulta da elaboração das Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL), que aconteceu durante o ano de 2023.
Uma das recomendações é a contribuição para a implementação de uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento Rural que tenha por base este trabalho recente das EDL e o balanço do Programa de Valorização do Interior.
Os GAL “consideram indispensável que os programas eleitorais e de Governo que se apresentam às eleições de 10 de março abordem com ousadia o desenvolvimento dos territórios, equacionando intervenções pertinentes de proximidade para as zonas rurais”.
Intervenções de base territorial reunindo diferentes setores e mecanismos de financiamento plurifundos, e a capacitação dos recursos humanos existentes nos territórios são outras das propostas.
Os GAL pedem igualmente a garantia da existência de serviços que complementem o apoio técnico aos agricultores, através de aconselhamento e orientação, melhoria de competências, motivação para investir e apoios à atração/fixação de população jovem e qualificada.
Assegurar uma articulação entre as dimensões do mundo rural e urbano, estimular projetos orientados para o aproveitamento de oportunidades económicas e dinamizar a oferta de serviços de interesse geral de forma a reforçar a coesão territorial são outros dos compromissos propostos.
Segundo a Federação Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local, a experiência “tem demonstrado que os GAL conseguem mobilizar recursos, capitalizar conhecimento e têm a capacidade de construir soluções para responder às necessidades dos respetivos territórios”.
“A defesa dos territórios onde situamos as nossas intervenções é uma luta difícil na qual a obtenção de resultados é extraordinariamente gratificante para todos nós, e por isso não desistiremos nunca de lutar pelo futuro a que os nossos territórios de pertença têm direito. Nesse sentido, urge criar políticas públicas que o possibilitem”, é referido na nota.
Atualmente, 57 associações de desenvolvimento local gerem 60 Grupos de Ação Local rurais, designação dada às parcerias que implementam o denominado Desenvolvimento Local de Base Comunitária.
Em causa está uma abordagem de desenvolvimento do território baseada na concertação entre parceiros e focada na criação de postos de trabalho, com iniciativas que respondam aos objetivos e necessidades de uma área sub-regional em concreto, definidas pelas comunidades locais organizadas em GAL.