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– 26-03-2003 |
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Consumo estabiliza ap�s um m�s de crise nas avesUm m�s depois do in�cio da crise no sector das aves, as quebras na produ��o atingem j� os 90 por cento mas o consumo mant�m-se estabilizado, apesar da descida inicial. A quebra na produ��o e as dificuldades em encontrar uma solu��o para a crise levaram j� o presidente da associa��o mais representativa do sector (ANCAVE), Fernando Correia, a abandonar o cargo. A crise come�ou quando o Ministério da Agricultura anunciou a 26 de Fevereiro a detecção de nitrofuranos, uma subst�ncia cancer�gena proibida, em 47 avi�rios, acabando por contra-análises confirmar a presença deste produto em 23 explora��es. Logo 24 horas depois deste an�ncio, o consumo de carne de frango, peru e codorniz desceu 60 por cento. Hoje, o consumo estabilizou e, em média, a quebra não foi além desses 60 por cento, de acordo com dados fornecidos � agência Lusa pela Federa��o de Comerciantes de Carne. Para substituir as carnes brancas, os consumidores esqueceram o medo da "doen�a das vacas loucas" e come�aram a comprar mais carne bovina. O Ministério da Agricultura continua a não divulgar as marcas sob as quais são comercializadas as aves das mais de 40 explora��es onde foi encontrado nitrofurano, mas garante que todos os produtos vindos dessas aviculturas estáo a ser retirados do mercado. A fiscaliza��o foi Também intensificada e alargada a produ��es de porcos, coelhos e peixes e �s ra��es animais. Outro dos objectivos do Ministério da Agricultura foi acelerar o resultado das análises para pesquisar nitrofuranos, contratando tr�s laboratérios europeus (em Fran�a, Alemanha e Holanda) para esse efeito. Mesmo com uma fiscaliza��o mais apertada, os produtores não se livraram de viver "a maior crise de sempre do sector", segundo afirmam. O ministro Sevinate Pinto j� prometeu ajuda aos criadores que não usaram nitrofuranos e foram afectados pela crise. Mas os avicultores continuam, juntamente com o Partido Socialista, a manifestar-se contra a actua��o do Ministério da Agricultura, que numa primeira fase se escusou a divulgar os nomes das explora��es que usaram nitrofuranos, alegando segredo de justi�a. Ali�s, o caso das aves contaminadas levou j� a Procuradoria-Geral da República (PGR) a determinar a abertura de inqu�ritos nos Departamentos de Investiga��o e Ac��o Penal (DIAP) distritais para apurar eventuais responsabilidades criminais. Os agentes do sector acreditam que estas infrac��es são habituais e falam mesmo num "grande mercado negro" que ainda ningu�m conseguiu desvendar. A pr�pria Ordem dos M�dicos Veterin�rios tem reclamado do Ministério da Agricultura medidas para evitar esta candonga e para travar a administração de antibi�ticos sem receita m�dica. Os avicultores dizem que os nitrofuranos aparecem nas ra��es e os industriais de alimenta��o para animais rejeitam as acusa��es, mas Também não se arriscam a apontar outra origem. Estes industriais Também estáo a ser arrastados pela crise e estimam uma quebra de factura��o na ordem dos 200 milhões de euros durante o próximo ano. Durante este m�s de crise, a boa notícia veio de Bruxelas, onde a União Europeia (UE) decidiu não haver raz�es para impor um embargo � carne de aves portuguesa, ao contrário dos receios manifestados por Sevinate Pinto. Um embargo europeu �s aves portuguesas não teria grandes consequ�ncias econ�micas para o sector, uma vez que as exporta��es são muito reduzidas, representando apenas um por cento do que � produzido. Menos de quatro mil toneladas de produtos � base de aves � a quantidade exportada anualmente, em média, por Portugal, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatéstica. No ano passado sa�ram de Portugal 3.881 toneladas de produtos av�colas, sendo Espanha e Angola os países que receberam a maior fatia. Ali�s, Espanha � tradicionalmente o país que mais importa produtos av�colas portugueses, mas � Também um dos que mais abastece Portugal. Embora tendo importado no ano passado quase 12 mil toneladas – quatro por cento do que � produzido – Portugal � praticamente auto-suficiente na produ��o de carne de aves. O sector av�cola portugu�s emprega cerca de 30 mil pessoas e vale 648 milhões de euros por ano. Um sector que foi abalado no dia 26 de Fevereiro, quando o Ministério da Agricultura anunciou ter detectado em 43 aviculturas – que representam 40 por cento do mercado – uma subst�ncia cancer�gena proibida (o nitrofurano). S� alguns dias mais tarde se ficou a saber que as análises que detectaram esta subst�ncia foram realizadas em Outubro, quatro meses antes de o caso ser conhecido. O ministro da Agricultura alegou ter tido "conhecimento da dimensão do problema" apenas um dia antes do an�ncio oficial, mas admitiu ter sabido da detecção de nitrofuranos no dia 28 de Janeiro. Sevinate Pinto adiantou que, quando tomou conhecimento da utiliza��o de nitrofuranos, julgava que a Direc��o-Geral de Veterin�ria (DGV) tinha colocado as 43 aviculturas sob sequestro (impedidas de escoar a mercadoria), como � obrigatério por lei. Os nitrofuranos são anti-bacterianos muito potentes que, acumulados no organismo humano, podem ser cancer�genos. Pertencem � lista de subst�ncias que não podem ser usadas na União Europeia na produ��o de animais, mas alguns produtores de aves utilizam ilegalmente este produto para prevenir doen�as e, por vezes, para promover o seu crescimento.
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