Uma central de biogás vai ser construída em Monforte, no distrito de Portalegre, num investimento de 18,5 milhões de euros, devendo a unidade entrar em funcionamento em junho de 2026, divulgou hoje o presidente da câmara.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Município de Monforte, Gonçalo Lagem, explicou que o projeto para a produção de biogás deverá criar “entre 12 a 15 postos de trabalho”, estando a ser pensado “há cerca de um ano e meio a dois anos”.
De acordo com o autarca, a iniciativa é da responsabilidade de um consórcio formado pela empresa espanhola Migasa, que produz azeite e detém em Monforte uma unidade de secagem de bagaço de azeitona, e pela empresa Capwatt, do grupo Sonae, dedicada às energias renováveis.
“É um investimento de 18,5 milhões de euros para dependermos cada vez menos de outros países em termos energéticos. Estamos a falar [da produção] de biogás através de um recurso endógeno que é produzido na Migasa”, disse.
De acordo com Gonçalo Lagem, as águas ruças – um subproduto da extração do azeite – e o bagaço de azeitona, ambos compostos orgânicos, são produzidos na Migasa e vão ser levados para um digestor para a produção energética de biogás.
“Resolve também um problema grave que temos em termos ambientais, que é o cheiro a bagaço de azeitona”, frisou.
O autarca precisou que, “com a instalação de um filtro na chaminé da unidade de secagem de bagaço de azeitona”, vai ser possível “reduzir ou mesmo eliminar as emissões atmosféricas e o impacto visual negativo associado” à fábrica.
Manifestando-se “otimista e esperançado” em relação a este investimento, o presidente da autarquia insistiu nos benefícios ambientais do projeto.
“De forma legítima, as pessoas queixam-se [do cheiro], é óbvio que há impacto visual negativo, é obvio que incomoda, é bastante desconfortável aquele cheiro, mas com este investimento isso vai deixar de acontecer”, vincou.