O presidente da direção da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM), Francisco Ataíde Pavão, refutou hoje as acusações de gestão danosa, considerando ter sido alvo de “injúrias” e de um “ataque insultuoso” que “penalizou a região”.
“Sempre pautei a minha vida com transparência e sentido de responsabilidade, pelo que me escuso em comentar […] o ataque insultuoso que muito penalizou esta extraordinária região vitivinícola. […] Aguardo com a maior serenidade o desenvolver do processo e será nos locais próprios que serão refutadas todas as injúrias que foram levantadas”, afirma Francisco Ataíde Pavão.
Num documento a que a Lusa teve acesso e que foi dirigido aos órgãos sociais, aos membros do Conselho Geral e associados da CVRTM, o presidente da direção reagia às “queixas infundadas e muito pouco anónimas que atentam contra o bom nome” da comissão.
A presidente do conselho geral da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes defendeu no início de setembro uma auditoria às contas deste organismo e aponta suspeitas de irregularidades, falta de transparência nas contas, empolamento de despesa e cadernos eleitorais adulterados.
A 20 de agosto foi enviada para o Ministério Público (MP) uma queixa anónima contra três elementos da CVRTM, incluindo o presidente da direção, Francisco Pavão, e dois elementos do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), nomeadamente o presidente Bernardo Gouvêa, sendo Natacha Teixeira indicada como testemunha.
Na denúncia são apontados casos de falsificação de assinaturas e de documentos, adulteração de atas, ocultação nas contas e ainda abusos de poder.
Francisco Ataíde Pavão diz ter entendido que “somente hoje deveria responder às queixas infundadas e muito pouco anónimas que atentam contra o bom nome da CVR Trás-os-Montes, no sentido de potenciar um momento que se pedia de serenidade, atendendo que, no dia 13, se iria eleger o novo Presidente do Conselho Geral”.
É a este presidente do Conselho Geral quem tem “a exclusiva responsabilidade de prosseguir com o processo eleitoral para a eleição dos Órgãos Sociais da Comissão para o próximo triénio”, esclarece Ataíde Pavão, que não se recandidata ao cargo que ocupa há 14 anos.
“Assistimos nos últimos dias a um ataque velado, pouco anónimo e insultuoso contra uma instituição e uma região às quais devemos o máximo respeito. Para além dos ataques diretos à Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes, são também envolvidos os Órgãos Sociais e os Técnicos da mesma, sendo levantadas suspeitas totalmente infundadas de um conjunto de situações, que entendo que deverão ser devidamente provadas no local e momento próprio”, começa por referir o responsável.
Pavão diz não poder “deixar de refutar as acusações de gestão danosa, pois a Comissão tem as suas contas auditadas por um Revisor Oficial de Contas e um por Conselho Fiscal que nunca colocaram em causa as mesmas”.
“A própria saúde financeira foi colocada em causa, quando é bastante positiva, não existindo quaisquer dívidas à banca, o que demonstra que sempre existiu uma gestão ponderada e eficaz dos meios e recursos de gestão disponíveis”, afirma.
O responsável indica que, “durante a semana passada, foram levantadas suspeitas sobre um projeto em particular, o Heritage Wines, referindo que o mesmo teria sido desenvolvido com o total desconhecimento dos produtores da região”.
“Somente quem anda desatento e/ou não se recorda das ações desenvolvidas no âmbito deste projeto, onde participaram bastantes agentes económicos da região, quer no contacto direto na sede da CVR com pessoas envolvidas no mesmo, quer nas distintas visitas efetuadas a algumas explorações, é que poderá levantar este tipo de suspeições mal intencionadas”, assegura.
Dos contactos desenvolvidos neste projeto “existiram produtores que conseguiram aumentar as exportações dos seus vinhos”, acrescenta.