A Comissão Europeia vai ativar 330 milhões de euros da “reserva de crise agrícola” da União Europeia (UE) para todos os Estados-membros, muitos afetados pela seca, anunciou na terça-feira, em Estocolmo, o comissário da Agricultura, Janusz Wojciechowski.
Depois de ter apoiado os países que fazem fronteira com a Ucrânia, Bruxelas “está a preparar a decisão de ativar o remanescente da reserva de crise, ou seja, 330 milhões de euros, para os outros 22 Estados-membros afetados pelos fenómenos climáticos e, de uma forma mais geral, que sofrem as consequências da guerra na Ucrânia”, indicou.
O responsável falava no final de uma reunião dos ministros europeus da Agricultura em Estocolmo, na Suécia, sobre uma reserva com uma dotação anual de 450 milhões de euros, que será aumentada para um total de 530 milhões de euros, “em particular para apoiar os agricultores atingidos pela seca ou pelas inundações em Itália”, além dos efeitos do conflito na Ucrânia, sublinhou o responsável polaco, sem adiantar mais pormenores.
A distribuição desta ajuda seguirá a distribuição dos pagamentos diretos no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), acrescentou, esperando que o plano esteja finalizado “na próxima semana”.
Esta reserva de crise já foi ativada três vezes este ano por Bruxelas: além dos fundos atribuídos às explorações agrícolas italianas e polacas atingidas pela gripe aviária, foram concedidos dois envelopes aos países da Europa Oriental desestabilizados pelo afluxo de cereais ucranianos devido à guerra, que estão a saturar os seus silos e a fazer baixar os preços locais.
Depois de ter atribuído 56 milhões de euros no final de março, a Comissão propôs, em meados de abril, a distribuição de mais 100 milhões de euros a cinco países: Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia e Eslováquia.