Os problemas relacionados com o regadio no Alqueva e a revitalização do montado alentejano foram algumas das preocupações apresentadas pelo setor agrícola à comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, que visitou a região de Beja.
Em declarações hoje à agência Lusa, a presidente da comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, Emília Cerqueira (PSD), fez um “balanço positivo” desta visita que iniciou no domingo, tendo a comissão também verificado no terreno que o setor reivindica mais apoios para desenvolver a sua atividade.
“Levamos aqui algumas preocupações, nomeadamente quanto àquele que é o papel do regadio atualmente no Alqueva, aquelas que são as medidas que podemos tomar em termos do montado, para revitalizar o montado e esta agricultura extensiva, e esta realidade também da pecuária extensiva do porco alentejano, que é um ‘ex-líbris’ desta região e que sente que precisa de mais apoios”, disse.
Outras das preocupações que a comissão leva consigo até ao parlamento, após esta visita de três dias a Beja, está relacionada com os desafios da agricultura intensiva.
O futuro do Alqueva, relativamente às áreas e aos perímetros de regadio, os precários, tal como as preocupações das populações e dos agentes económicos em relação a esta matéria, foram outras das preocupações que a comissão ouviu no terreno ao longo desta visita ao Alentejo.
Emília Cerqueira recordou que a comissão reuniu com autarcas, associações agrícolas, produtores, entre outras entidades durante três dias e que as questões relacionadas com o aproveitamento dos recursos hídricos foi uma das “preocupações centrais” ao longo da visita.
“Esta visita teve para nós, enquanto comissão, dois ou três aspetos que me parecem fundamentais, o primeiro é uma reconexão da política com o território, nós passámos uns anos de grande contestação e de grande incompreensão e até revolta do mundo rural com a política, com os políticos, com os decisores”, disse.
“Este foi o primeiro aspeto que me parece de extrema relevância, que há uma reconexão entre aquilo que são os agentes políticos centrais e também o território, isso sentiu-se muito nas populações, uma vontade muito grande de ser ouvida e de ver as suas preocupações serem acolhidas e ouvidas também pelos partidos políticos que estiveram presentes”, concluiu.