A Lusomorango – Organização de Produtores de Pequenos Frutos – promoveu uma visita ao Centro de Investigação para a Sustentabilidade, que reuniu cerca de duas dezenas de produtores e investigadores no Polo de Inovação da Fataca, em Odemira.
O Centro de Investigação para a Sustentabilidade, iniciativa da Lusomorango em colaboração com o INIAV
– Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Driscoll´s e a Maravlha Farms, dedica-se à investigação e demonstração de práticas agrícolas inovadoras, associando a academia e as empresas, com vista à produção de conhecimento científico indispensável a uma agricultura mais sustentável.
Luís Pinheiro, presidente da Lusomorango, fez a abertura do evento com uma breve introdução do Centro de Investigação para a Sustentabilidade. Nuno Canada, presidente do Instituto Português de Investigação Agrária e Veterinária, apresentou a missão, objetivos e ambição do Centro de Investigação para a Sustentabilidade. Nídia Pita, responsável técnica pela investigação do Centro, esclareceu os objetivos e prioridades da investigação em curso, e Miguel Fialho, diretor-geral da Maravilha Farms, transmitiu a perspetiva das empresas neste projeto. Rita Carvalho, da Driscoll´s, foi responsável pela apresentação dos estudos que estão atualmente a decorrer no Centro de Investigação para a Sustentabilidade.
As linhas de investigação e ensaios que estão em desenvolvimento no Centro visam estudar e compreender o uso mais eficiente da água nas produções agrícolas, bem como a produtividade das plantas e a sua capacidade de resistência a adversidades, como as decorrentes das alterações climáticas, além das naturais ancestralmente presentes na natureza (como as pragas).
O Centro de Investigação para a Sustentabilidade pretende analisar de que forma a planta absorve água e também os nutrientes para reintroduzir novamente estes recursos no circuito. A investigação deste processo decorre da aplicação de diferentes técnicas para avaliar qual é a mais segura e quais são os resultados obtidos nos testes de stress hídrico das plantas e na recirculação e reciclagem da água.
Atualmente, vigora ainda outra linha de investigação que incide no tema da biodiversidade e no papel determinante dos insetos e das plantas no controlo de pragas. O Centro está a investigar aquelas que são as pragas principais que afetam a produção e que impacto têm nas culturas, procurando definir práticas sustentáveis – com recurso a mecanismos auxiliares, como plantas e insetos – como alternativa aos agroquímicos para garantir um controlo efetivo dessas pragas e consequente aumento da produção e da competitividade agrícola.
O Centro de Investigação para a Sustentabilidade ambiciona criar e aprofundar conhecimento para garantir uma maior sustentabilidade na utilização de recursos, na agricultura nacional e internacional, contribuindo também para a redução dos impactos nos ecossistemas.
Para cumprir o grande desígnio de produzir mais com menos recursos e menor impacto, o Centro tem também a ambição de fazer evoluir a investigação em colaboração com novos parceiros, nacionais e
internacionais. O conhecimento produzido a partir do trabalho colaborativo, aquele que melhor reunir a academia e a ciência e as empresas, será o mais capaz para, aliando a investigação pública e privada,
desenvolver técnicas inovadoras e sustentáveis que respondam aos desafios que o setor agrícola enfrenta a nível global.
Esta manhã de campo em Odemira, que gerou a partilha de conhecimento entre todos os presentes, deixou bem patente a importância da investigação e da inovação para o desenvolvimento de uma produção agrícola cada vez mais sustentável, assumindo a sustentabilidade como condição necessária à prosperidade da agricultura, nacional e internacional, e à proteção do ambiente.
Fonte: Lusomorango