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– 28-10-2004 |
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Castanha : Metade da produção e menos qualidade em Valpaços por causa do tempoValpaços, 27 Out Cláudia Guedes Lopes, técnica da Associação Regional dos Agricultores das Terras de Montenegro (ARATM), afirmou que a produção de castanha na região, inserida na área de denominação da Padrela, vai rondar entre as cinco e as seis mil toneladas, cerca de metade do ano passado. Segundo a responsável, as más condições climatéricas, resultantes de um Agosto frio e de um Setembro muito quente, contribuíram para o mau crescimento do fruto. Para além de haver menos castanha, o tamanho deste fruto também é mais reduzido comparativamente ao dos anos anteriores. A produção de castanha ocupa 17 por cento da exportação de frutos e representa um volume de negócios de cerca de 10 milhões de euros em Portugal. Segundo Cláudia Guedes Lopes, a maior parte da produção de Carrazedo de Montenegro é exportada para o Brasil, Inglaterra, Canadá e França. As três denominações existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro, designadamente Soutos da Lapa, Terra Fria e Padrela, correspondem a 85 por cento da produção de castanha nacional. A área de produção de castanha em Carrazedo de Montenegro, Valpaços, ronda os 12 mil hectares, existindo cerca de quatro a cinco mil agricultores que se dedicam a esta actividade. Para promover e divulgar a castanha, a ARATM e a Câmara de Valpaços vão realizar entre 06 e 07 de Novembro, em Carrazedo de Montenegro, a Feira da Castanha – Castmonte. O presidente da autarquia, Francisco Tavares, referiu que, no decorrer da feira, vai ser realizado um seminário para debater alguns dos problemas que afectam a produção de castanha, designadamente a tinta e o cancro, doenças que atingem os castanheiros. Segundo salientou, as doenças são uma "grande preocupação" porque a maior parte das famílias de Carrazedo de Montenegro dedica-se quase exclusivamente à cultura da castanha. Cerca de 50 por cento da área de castanheiros de Carrazedo de Montenegro encontra-se infectada por aquelas doenças, estando a ser efectuadas novas plantações todos os anos. Para combater o progresso das manchas de cancro, uma doença que aparece nos ramos e troncos das árvores, ou da tinta, doença que apodrece a raiz do castanheiro, o autarca salientou as acções de informação e sensibilização junto dos produtores. Apontou ainda a necessidade de promover práticas culturais que possam impedir a progressão das doenças, como uma poda bem feita ou a desinfecção dos instrumentos que se utilizam nas árvores infectadas. A inauguração da VIII edição da Feira da Castanha será presidida pelo secretário de Estado da Agricultura. No recinto, por onde se espera venham a passar cerca de 20 mil pessoas, estarão presentes 35 expositores, dez dos quais são produtores de castanha. Os agricultores podem ainda participar no concurso da castanha, que pretende premiar o fruto que revele uma melhor qualidade e um maior tamanho. Mas, porque o consumo de castanha em Portugal ainda é sazonal, a organização pretende também revelar novas formas de utilização deste produto, designadamente através de receitas culinárias. Na Castmonte existirá um restaurante que vai servir pratos confeccionados com castanha, tais como rojões de porco com castanha, sopa de castanha ou bolinhos de castanha.
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