O Governo da Bulgária decidiu levantar hoje a proibição de importação de cereais da Ucrânia, imposta em 19 de abril, na sequência das medidas adotadas pela Comissão Europeia (CE).
“A remoção do embargo é o resultado de uma solução pan-europeia para o problema”, realçou o executivo búlgaro em comunicado, citado pela agência Efe.
Na terça-feira, a CE adotou “medidas preventivas excecionais e temporárias” sobre as importações de quatro produtos ucranianos – trigo, milho, colza e sementes de girassol – para ajudar a Polónia, Roménia, Bulgária, Eslováquia e Hungria.
De acordo com estas medidas, as importações ucranianas entrarão nestes cinco países apenas se passarem pelos seus territórios para serem exportadas para outros Estados-membros ou para países que não pertencentes ao organismo europeu.
Estes cinco países da União Europeia (UE) viram os seus setores agrícolas atingidos pelo aumento das importações agrícolas da Ucrânia, que são muito mais baratas, provocando protestos de trabalhadores agrícolas.
Segundo a rádio pública BNR, a Bulgária receberá 9,77 milhões de euros dos 100 milhões destinados a compensar os cinco países mais afetados pelas importações ucranianas.
Anteriormente, a Bulgária recebeu 16,75 milhões de euros do primeiro pacote de ajuda.
Bulgária, Hungria, Polónia e Eslováquia concordaram em suspender as suas proibições unilaterais assim que as medidas da CE entrassem em vigor.
A Comissão, responsável pela política comercial da UE, indicou que poderia estender as restrições às importações de cereais para além de 05 de junho.
A UE suspendeu em maio de 2022, por um ano, os direitos aduaneiros sobre todos os produtos importados da Ucrânia e trabalhou para permitir a exportação dos seus ‘stocks’ de cereais após o encerramento das rotas pelo Mar Negro, na sequência da invasão do país pela Rússia em fevereiro 2022.
Os países vizinhos da UE registaram um aumento substancial nas chegadas de milho, trigo ou girassol da Ucrânia, fazendo com que os armazenamentos ficassem saturados e os preços locais caíssem.
Polónia, Hungria, Eslováquia e Bulgária proibiram, por isso, cereais e outros produtos agrícolas importados da Ucrânia em meados de abril, dizendo que queriam proteger os seus agricultores, abrindo um confronto com a CE.
Na sexta-feira, a CE chegou a acordo com a Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia e Eslováquia, que aceitaram que os seus territórios sejam usados como corredores para a exportação de quatro tipos de grãos e cereais ucranianos, mas recusaram que esses alimentos possam ser vendidos nos seus países.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano considerou “inaceitáveis” as restrições à importação de produtos agrícolas ucranianos, depois de ter sido divulgado o acordo da CE com estes países.