Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 30 de setembro, apontam para campanhas abaixo do potencial produtivo nos pomares de pomóideas na região do Oeste, destacando-se as pereiras, cuja produtividade foi novamente prejudicada por condições meteorológicas adversas e pelos recorrentes problemas fitossanitários, nomeadamente o fogo bacteriano e a estenfiliose.
A produtividade de kiwi deverá ser a mais baixa do último quinquénio, resultado dos diversos problemas que afetaram a formação e o desenvolvimento do fruto ao longo de todo o ciclo. Em contrapartida, a produção de laranja aumentou 25%, uma vez que a redução observada nas variedades temporãs (-10%), foi compensada pelas variedades de meia estação e tardias que retomaram as produções normais, após a má campanha de 2023.
Relativamente aos frutos de casca rija, prevê-se um aumento de 15% na produtividade da castanha, observando se uma carga normal de ouriços e um melhor estado sanitário, face aos dois anos anteriores. A produção de amêndoa deverá alcançar as 80 mil toneladas (+15%, face a 2023), o valor mais elevado da série histórica, resultado da entrada em plena produção de muitos amendoais intensivos, principalmente no Alentejo, que contrabalançaram amplamente as reduções observadas no Douro Superior.
A campanha vitivinícola foi marcada por intensa pressão de doenças criptogâmicas, o que causou uma redução generalizada de produção, que deverá rondar os 10%.
As campanhas das culturas anuais de regadio têm decorrido com relativa normalidade, apesar dos prejuízos causados pelos javalis nas searas de milho e também nos arrozais, que apresentam muitas infestantes (milhã).
Apesar do decréscimo de produtividade do tomate para a indústria, a produção deverá aumentar 5%, uma vez que área instalada foi superior à de 2023.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em agosto de 2024 foi 38 433 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 2,8% (+9,6% em julho), devido ao menor volume de abate registado nas principais espécies em análise: bovinos (-4,5%), suínos (-1,8%), ovinos (-22,3%) e caprinos (-9,9%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 34 238 toneladas, o que representou uma diminuição de 1,9% (+9,3% em julho), registando-se um menor volume de abate de galináceos (-1,3%), perus (-1,4%) e patos (-22,7%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango diminuiu 0,7%, com uma produção que totalizou 27 172 toneladas (16,3% em julho), tendo em número de cabeças registado um decréscimo de 2,2% (+14,3% em julho). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou também uma diminuição de 1,7% (+8,2% em julho), com 10 332 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 151,1 mil toneladas, um decréscimo de 2,5% (-2,5% em julho). O volume total de produtos lácteos assinalou também uma diminuição de 6,3% (-5,2% em julho), justificada pelo menor volume de leite para consumo (-11,1%) e de queijo de vaca (-2,2%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal diminuiu 5,1% (-9,4% em julho), justificado pela menor captura de peixes marinhos e também de crustáceos. Às 14 391 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 31 613 mil euros, valor que representou um decréscimo de 5,6% (-0,9 % em julho). O preço médio do pescado descarregado foi 2,09 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 2,3% (+6,5% em julho).
Preços e índices de preços agrícolas
Em setembro de 2024, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor,
foram observadas na batata (+42,1%), azeite a granel (+29,9%), ovinos e caprinos (+18,6%), hortícolas frescos
(-16,6%) e ovos (-11,6%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se no azeite a granel (+31,4%)
e hortícolas frescos (+18,4%).
Em junho de 2024, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um acréscimo
de 0,6% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de 4,4%.
Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 0,1% na variação do índice de preços de bens e
serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, se observou
uma descida de 0,3%.
O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.