Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de agosto, apontam para um ano hidrológico normal, após dois anos marcados pela seca meteorológica severa.
As culturas de primavera/verão apresentam um desenvolvimento regular, embora se prevejam diminuições de produtividade no arroz e no tomate para a indústria, face a 2023. A produção de batata deverá ser a mais baixa da série histórica, resultado de decréscimos de área e produtividade.
Nos pomares, as produtividades das pereiras e macieiras da região do Oeste serão inferiores ao seu potencial, devido a problemas fitossanitários e às condições meteorológicas adversas. Em contrapartida, no Douro Sul as condições foram mais favoráveis ao bom desenvolvimento das pomóideas. A floração dos kiwis foi prejudicada pela descida das temperaturas e ocorrência de precipitação, devendo a produtividade ser inferior à média do quinquénio (-13%). Na amêndoa, a entrada em plena produção de muitos pomares intensivos no Alentejo foi decisiva para o aumento de produtividade de 15%. As expetativas de uma boa campanha no pêssego foram goradas pelas chuvas e granizos de final de junho, que causaram feridas e podridões, deteriorando a produção, que deverá ser inferior em 5%, face a 2023.
A campanha vitivinícola foi marcada por intensa pressão de doenças criptogâmicas, o que causou uma redução generalizada de produção, que deverá rondar os 15%.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em julho de 2024 foi 41 471 toneladas, o que correspondeu a um acréscimo de 9,6% (-2,9% em junho), devido ao maior volume de abate de bovinos (+5,5%), suínos (+10,9%), ovinos (+10,1) e caprinos (+32,6%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 35 889 toneladas, o que representou um aumento de 9,3% (-6,8% em junho), registando-se um maior volume de abate de galináceos (+10,7%), perus (+12,0%) e codornizes (+5,9%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango aumentou 16,3%, com uma produção que totalizou 32 480 toneladas (+9,1% em junho), tendo em número de cabeças registado também um acréscimo de 14,3% (+12,2% em junho). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou também um aumento de 8,2% (-1,6% em junho), com 10 355 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 159,8 mil toneladas, um decréscimo de 2,5% face ao mês homólogo (-2,0% em junho). O volume total de produtos lácteos assinalou também uma diminuição de 5,2% (-1,3% em junho), justificada pelo menor volume de leite para consumo (-8,9%), nata para consumo (-12,0%) e leite em pó (-1,6%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal diminuiu 9,4% (-18,5% em junho), justificado pela menor captura de peixes marinhos e também de moluscos. Às 16 693 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 34 801 mil euros, valor que representou um decréscimo de 0,9% (-3,4% em junho). O preço médio do pescado descarregado foi 1,97 Euros/kg, ou seja, um aumento de 6,5% (+16,1% em junho).
Preços e índices de preços agrícolas
Em agosto de 2024, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor, foram observadas na batata (+34,2%), ovinos e caprinos (+21,7%), ovos (-14,4%) e hortícolas frescos (-13,4%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nas plantas e flores (+8,4%) e azeite a granel (-5,5%).
Em junho de 2024, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um acréscimo de 0,6% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de 4,4%. Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 0,1% na variação do índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, se observou uma descida de 0,3%.
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O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.