Os produtores de arroz do Baixo Mondego podem este ano realizar as suas culturas de arroz com apenas 90 quilos de semente certificada por hectare. A decisão é do Governo, que determina esta medida “a título excecional” depois de um pedido da Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO).
O despacho publicado pelo diretor-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Gonçalo de Freitas Leal, autoriza que, para as sementeiras de 2019, “a quantidade mínima de semente certificada das variedades de arroz carolino ‘Ariete’ e ‘Teti’ possa ser reduzida de 120 quilos para 90 quilos por hectare”.
“Os orizicultores englobados na produção integrada”, ao abrigo das chamadas medidas agroambientais do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, “são obrigados” a semear 120 quilos de arroz selecionado e certificado por hectare de área cultivada. No Baixo Mondego, contudo, “há falta de arroz de semente certificado das qualidades ‘Ariete’ e ‘Teti’, devido a problemas nos países fornecedores destas duas qualidades, Itália principalmente, mas também Espanha, onde “foi reduzida a produção de semente”.
Isménio Oliveira, coordenador da ADACO, sublinha que “não há em quantidade suficiente arroz certificado das duas principais variedades que se semeiam no Baixo Mondego. As outras qualidades existentes no mercado não são compatíveis com os nossos solos, a sua produtividade é muito baixa e a indústria não quer este arroz”.
“Esta diminuição de 30 quilos por hectare vai permitir que todos os orizicultores, dentro da produção integrada, possam começar a sua sementeira” ainda em abril, acrescenta.