Iniciamos este domingo, no Dia Internacional das Florestas, uma série de quatro artigos a publicar ao fim-de-semana sobre as árvores e nós. Neste mostra-se como as árvores, muito semelhantes e ao mesmo tempo muito diferentes dos seres humanos, produzem alimentos, purificam o ar e são fábricas de oxigénio.
Uma árvore, como é um ser vivo, precisa de se alimentar. Por não ter boca, nem ser parasita, produz os nutrientes que necessita e obtém outros do solo ou por simbiose (associação de interesse mútuo) com outros seres vivos (fungos e bactérias).
As árvores produzem nutrientes – hidratos de carbono, compostos com carbono (C), hidrogénio (H) e oxigénio (O) – por fotossíntese, com o auxílio da energia solar (as plantas morrem à sombra), indo buscar o carbono (C) ao dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, utilizando também água (H2O). A fotossíntese consiste na conversão da energia solar em energia química através de uma cadeia de reacções de que resultam os referidos hidratos de carbono (C, H, O) e oxigénio (O2). Portanto, uma árvore é produtora de nutrientes, uma fábrica de oxigénio (O2) e sequestradora de carbono (C). Como os animais não conseguem produzir nutrientes, têm de comer plantas (herbívoros), ou comerem animais que comeram plantas (carnívoros), ou alimentarem-se de plantas e animais (omnívoros), como nós fazemos. Assim, uma árvore purifica o ar (despolui, por diminuir o CO2 atmosférico), produz alimentos e é uma fábrica de oxigénio (O2).
As árvores são plantas vasculares, tal como os humanos são animais vasculares. Os seres vasculares precisam dos vasos, que não são mais do que canos biológicos (floema e xilema, nas plantas; artérias e veias, nos animais), por onde circula água e um líquido (seiva nas plantas, e sangue nos animais), que transporta os nutrientes para todo o corpo do ser vivo.
Tal como acontece com qualquer cano, na parede interna vão-se acumulando substâncias (por exemplo, calcário nos canos das casas e colesterol nos vasos humanos) que os podem entupir ou romper (acidente vascular, nos humanos). Ao mesmo tempo, as paredes dos vasos biológicos, com a idade, vão perdendo elasticidade, tornando-se mais duras. Acontece que, enquanto nós temos, praticamente, sempre os mesmos vasos, que se vão alongando até sermos adultos; nas árvores não é assim, pois elas vão produzindo vasos novos, que substituem os que deixam de ser funcionais. Nos climas como o nosso, produzem-nos duas vezes por ano: uma na Primavera e outra vez no Outono. É por isso que, quando se corta uma árvore, se consegue saber a idade, contando os anéis de vasos (cada par de anéis corresponde