A agricultura no Alentejo, teve uma grande evolução a partir do momento em que se iniciou o regadio a partir da Barragem de Alqueva. De uma agricultura tradicionalmente de sequeiro, grande parte passou para o regadio, sendo assim possível cultivar e plantar novas espécies.
Embora ainda não esteja completa a área de regadio, como é o caso do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja, as transformações já são visíveis como disse à Planície o presidente da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, Pedro Salema.
“Eu acho que é evidente a transformação. Temos uma situação agrícola hoje, no Alentejo, que não tem qualquer paralelo, com aquilo que se verificava há 10 anos atrás”. Referiu o responsável EDIA.
Sobre a área de regadio, acrescentou que “tivemos uma subida muito grande da área regada e Alqueva já beneficia directamente mais de 100 mil ha, regámos 107 mil ha este ano. Ainda garantimos o abastecimento aos perímetros confinantes de Odivelas, do Roxo, Campilhas e Alto Sado, da Vigia, portanto, estão seguramente 440 mil ha dependentes do reservatório de Alqueva”. E adianta que “estes hectares produzem uma riqueza muito significativa, que era completamente impensável sem termos a Barragem”. O responsável da EDIA sublinha que, “graças à água, conseguimos ter uma agricultura produtiva, conseguimos por exemplo que Portugal deixasse de ser deficitário em azeite e hoje é um exportador. Produz mais do que consome e ainda exporta uma parte significativa da sua produção. Estou a falar só do olival, porque vamos ter seguramente outras culturas, onde Portugal vai passar a ter também produções importantes. Estou a pensar na amêndoa e em outros frutos secos, como a noz”. Sobre as novas culturas Pedro Salema sublinhou que “há aqui muitas culturas a serem instaladas, que vão ter produções importantes. A maior parte delas, são plantações jovens, não atingiram a sua plena produção, mas nos próximos anos, vamos ter recordes de produção de amêndoa, vamos ter contribuições também na vinha, no milho, nas hortícolas e nas frutícolas. Há muitas culturas que se desenvolvem e têm produções muito interessantes, com os bons solos, o bom clima do Alentejo e com a água de Alqueva”.
O artigo foi publicado originalmente em Jornal A Planície.