Os produtores de vinho verde em Amarante terão este ano quebras no rendimento devido aos custos acrescidos provocados por doenças nas vinhas e à necessidade de prolongar as vindimas, previu hoje o presidente da cooperativa agrícola.
Segundo António Barbeitos, ocorreram focos de doenças, alguns dos quais intensos, que obrigaram a mais tratamentos, com custos associados para os viticultores.
A pandemia de covid-19 tem, por outro lado, obrigado a prolongar por mais dias as vindimas, que decorrem por esta altura na região, para garantir maior distanciamento entre as pessoas, situação que se traduz em mais despesa, anotou o dirigente, aludindo ainda à necessidade que houve de aquisição de equipamentos e produtos de higiene que assegurassem maior segurança dos trabalhadores nos vinhedos.
Este ano também tem havido mais dificuldade no recrutamento de mão-de-obra para as vindimas, devido ao receio que muitas pessoas têm apresentado, sobretudo as que apresentam idades mais avançadas, em contexto de pandemia de covid-19.
Apesar das dificuldades, para o presidente da Adega Cooperativa e Amarante, estão garantidas as condições para a produção ser até ligeiramente superior à do ano passado, em termos quantitativos, mantendo-se a “boa qualidade” das uvas.
Em declarações à Lusa, António Barbeitos indicou que o preço a pagar aos produtores associados da adega (cerca de uma centena) vai ser de 48 cêntimos por cada quilograma de fruto, em termos médios, portanto, semelhante à campanha do ano passado.
Esse anúncio, acentuou, contraria os rumores que corriam na região que apontavam para uma diminuição do valor a atribuir aos viticultores.
Este ano a produção naquela adega da região dos vinhos verdes deverá atingir as 700 toneladas, mais 15% do que em 2019, precisou, prevendo também o escoamento da totalidade do produto.
O dirigente disse acreditar que as vendas de vinho verde não vão sofrer, em termos gerais, quebras nos mercados interno e de exportação, de acordo com a tendência que se tem observado nos últimos meses.