É importante que o óleo de palma e a soja sejam gradualmente eliminados em simultâneo. Eliminar apenas o óleo de palma podia fazer com que fosse substituído pela soja na produção de biocombustíveis.
A Europa apoia a utilização de biocombustíveis com elevado risco de desflorestação como forma de descarbonizar o sector dos transportes, com consequências nefastas para o ambiente e contribuindo de forma efetiva com mais emissões do que o combustível fóssil que pretendem substituir. Certamente cientes deste problema, o Parlamento Europeu aprovou no passado mês de setembro um conjunto de propostas de alteração à Diretiva das Energias Renováveis, onde se inclui uma que visa o abandono no imediato do óleo de palma e de soja na produção de biocombustíveis. A Comissão e o Conselho Europeus devem aproveitar esta oportunidade histórica para garantir que as políticas de renováveis da União Europeia (UE) façam o que efetivamente se exige: reduzir as emissões e proteger o planeta.
Com o aviso do Secretário Geral da ONU, António Guterres, na abertura da COP27, na qual afirmou que “o mundo está na autoestrada para o inferno climático”, a promoção de energias verdadeiramente limpas na Europa é um passo óbvio na travagem que é necessária.
As atuais negociações do trílogo, referentes à revisão da Diretiva das Energias Renováveis, representam uma oportunidade histórica para assegurar o pacote “Fit to 55” para atingir o objetivo climático da UE 2030 de mitigar as alterações climáticas, proteger a biodiversidade e promover os direitos dos povos indígenas – ao mesmo tempo que promove as energias limpas e novas forma de energia na Europa, Brasil e Indonésia.
O aumento da procura de óleo de palma e de soja não pode ser feito com o aumento da produção à custa da alteração do uso do solo, muitas vezes com a conversão de florestas tropicais e outros ecossistemas […]