As causas profundas dos incêndios “nunca serão resolvidas” a partir dos meios de combate, afirmou esta segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa, dois anos após o grande fogo de Pedrógão Grande que matou 66 pessoas.
“Depois de 2006, muitos acreditaram que estávamos a salvo e as alterações que tinham sido feitas na Proteção Civil e as estatísticas de redução de áreas ardidas significavam que tínhamos virado uma página. Infelizmente, a página não se virou, porque as causas profundas nunca serão resolvidas nos meios de combate”, disse António Costa, que discursava na cerimónia de assinatura de protocolo para a criação do Memorial às Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande, que decorreu na Câmara de Castanheira de Pera, um dos concelhos mais afetados.
Segundo o primeiro-ministro, as causas dos incêndios que afetam o país de forma cíclica apenas poderão ser combatidas quando se conseguir “vencer o desafio extraordinário de revitalizar estes territórios de baixa densidade” e se conseguir “concluir a reforma da floresta”.
O incêndio que deflagrou há dois anos em Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos provocou a morte de 66 pessoas e 253 feridos, sete dos quais graves, e destruiu cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.