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– 17-02-2004 |
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Viseu : Agricultores querem falta de matadouro regional discutida no ParlamentoViseu, 17 Fev Manuel Rodrigues, da Associação Balflora – Secretariado dos Baldios do Distrito de Viseu, entidade que promoveu a petição, disse aos jornalistas esperar que, depois das 4.105 assinaturas recolhidas desde 19 de Novembro, os "organismos oficiais" se interessem pelo assunto. Serão enviadas cópias do documento ao Presidente da República, ao ministro da Agricultura, primeiro-ministro, grupos parlamentares, Comissão de Agricultura da Assembleia da República, presidente da Câmara e governador civil de Viseu. O responsável da Balflora (associação filiada na Confederação Nacional da Agricultura) alertou que se depois desta iniciativa "as coisas não andarem", os agricultores e criadores de gado podem avançar para novas formas de luta, dadas as dificuldades que enfrentam para manter a actividade, desde o encerramento do matadouro, em Junho passado, por não cumprir as exigências comunitárias. "Há criadores de gado a ficarem em situação de desespero, porque os custos para abater animais são muito elevados e não são comportáveis por uma agricultura que está em crise", afirmou, frisando que "ir com gado para os matadouro de Aveiro ou Oliveira do Hospital (os mais próximos) fica demasiado caro". Segundo Manuel Rodrigues, "esta actividade não aguenta por muito mais tempo a falta de um matadouro em Viseu", sendo urgente encontrar uma solução para o distrito, dentro da lógica do serviço público, "acessível aos agricultores, em termos de proximidade e preços". "Queremos o matadouro de Viseu como serviço público e não como privado, para servir os lucros de alguém interessado nesse negócio", realçou, lembrando que a infra-estrutura deve ajudar a promover o desenvolvimento "de uma actividade (agro-pecuária) histórica no distrito". Uma das agricultoras e pequena criadora de gado que tem sentido dificuldades em manter a sua actividade é Maria Salete Dias, da Lobagueira, freguesia de Couto de Cima, que foi responsável pela recolha de 1.500 das 4.105 assinaturas. À conversa com os jornalistas à entrada da feira semanal de Viseu, Maria Salete traduziu em verso as suas dificuldades: "à nossa Ferreira Leite é muito fácil governar, subida na gasolina e os impostos a aumentar/ O pobre agricultor, que é pobre e infeliz, trabalha o ano inteiro, tão escravo no país/ Tão escravo no país, que isto até dá que pensar, cria um vitelo por ano e não lho deixam matar". A agricultora contou que hoje tem dois vitelos no matadouro de Oliveira do Hospital e que terá que levantar dinheiro ganho pelo marido na Alemanha para pagar quando lhos forem entregar a casa. "O meu marido tem que andar a trabalhar na Alemanha para eu investir na agricultura, porque o que o Governo me dá não vale nada. Os subsídios são só para nos enganar", considerou. Pelas informações recolhidas junto de outros agricultores, pensa que terá de pagar 200 euros pelo transporte e abate dos vitelos. "Quando era aqui (no matadouro de Viseu) eu nem dava conta. O comerciante pagava-me a 700 escudos o quilo e sempre ganhava alguma coisa. Agora tenho de pensar quando tenho de ter para reembolsar, para pagar ao matadouro", contou. Maria Salete disse ter vontade de deixar a actividade, admitindo que apenas o não faz por ter aderido ao projecto AGRIS (medida da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Programas Operacionais Regionais) e agora ser obrigada a cumpri-lo durante três anos, porque já recebeu o subsídio.
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