O valor acrescentado bruto (VAB) do ramo agrícola, em 2020, deverá diminuir em termos reais 8,7% e nominais 7,7%. A sua importância relativa na economia nacional deverá manter-se em 1,7%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2020.
Quanto a subsídios, os técnicos do INE estimam que, em 2020, os subsídios pagos registem um valor superior ao do ano transacto (+5,1%). Os subsídios aos produtos deverão aumentar 11,6% e os outros subsídios à produção 3,6% sendo expectável que 2020 apresente o segundo valor mais elevado de subsídios pagos desde 2000.
Indicador de rendimento
Para 2020, o INE perspectiva um decréscimo do rendimento da actividade agrícola (-3,3%), medido através do Índice do rendimento real dos factores na agricultura por unidade de trabalho ano. Note-se que este indicador não registava uma redução desde 2011.
E estima que o Rendimento real dos factores decresça (-8,7%), bem como o volume de mão-de-obra agrícola (-5,6%). A diminuição do rendimento real dos factores decorre da redução do VAB, embora atenuada pelo aumento dos outros subsídios à produção.
Comparações internacionais
Acrescentam os técnicos do INE que, de uma forma geral, ao comparar o peso do VAB do ramo agrícola no VAB nacional entre os triénios 2000-2002 e 2017-2019 nos diferentes Estados-membros, observa-se que o peso relativo da agricultura na economia nacional é superior ao observado na UE, em ambos os triénios.
À semelhança da generalidade dos países, a importância relativa diminuiu entre os triénios, mantendo-se Portugal ligeiramente acima da média europeia (1,7% vs. 1,6%).
Entre os triénios de 2001-2003 e 2017-2019 o rendimento da actividade agrícola em Portugal evoluiu de forma mais favorável do que a média dos Estados-membros (+81,8% vs. +53,6%), ultrapassando países mediterrânicos como França, Espanha, Itália e Grécia.
O artigo foi publicado originalmente em Agricultura e Mar.